O governo Lula vai anunciar nesta quarta-feira (5) mudanças nas regras do novo marco do saneamento básico com dois objetivos: aumentar o investimento privado no setor, mas também fortalecer as empresas públicas, a fim de equilibrar as forças entre os dois lados.
A nova lei tem como objetivo universalizar os serviços de água e esgoto até 2033, com fornecimento de água para 99% da população e coleta e tratamento de esgoto para 90%.
O setor privado concordou com boa parte das mudanças, mas quer avaliar como ficará o papel das estatais, que vão ganhar mais direitos do que os previstos no texto original do marco, aprovado no governo Bolsonaro.
Segundo o ministro da Casa Civil, Rui Costa, 90% das regras foram acordadas com o setor privado. Apenas 10%, disse, tiveram de ser arbitradas pelo Palácio do Planalto, para equilibrar as forças entre companhias privadas e públicas na disputa de concessões.
Governo discute mudanças no marco do saneamento básico
O anúncio será feito pelo presidente Lula em reunião com governadores e representantes de empresas.
O setor privado temia um fortalecimento maior das concessionárias públicas, diante de pressão de prefeitos petistas. Mas esperam que as regras realmente fiquem mais equilibradas e continuem estimulando investimento das empresas particulares em saneamento básico no país.
"O texto final está equilibrado, 90% foram acordados entre todos os participantes. Apenas em 10% tivemos de arbitrar. Mas garanto que as mudanças vão continuar e estimular ainda mais o investimento privado", disse Rui Costa ao blog.
As mudanças no texto vão dar mais tempo às prefeituras para criarem as unidades regionais de saneamento básico. O prazo estabelecido pela nova legislação, aprovada em 2020, se encerrava nesta semana, mas agora será prorrogado por mais dois anos e vencerá no final de 2025.