G1
Mariane Caroline Cardoso, prima do homem que teve o corpo incendiado por um frentista após uma discussão em um posto de combustíveis de Curitiba, lamentou a "falta de empatia" para a solução do problema. Caio teve queimaduras de primeiro, segundo e terceiro grau.Até este domingo (19), o suspeito Paulo Sérgio Esperançeta estava foragido."A dor que meu primo deve ter sentido no momento. O desespero da roupa dele, no corpo dele, pegando fogo... Pelo o amor de Deus, o que está acontecendo com esse mundo? Que as pessoas não tem mais amor ao próximo, compaixão? O mínimo de empatia?", disse.Uma câmera de segurança registrou o crime, que segundo testemunhas, foi motivado por uma discussão após Caio reclamar que Paulo Sérgio tinha quebrado a chave do carro dele. O caso aconteceu em um posto do bairro Pilarzinho, na manhã de sábado (18), quando Caio ia ao trabalho. Assista abaixo."Penso eu, se o frentista não pudesse resolver a situação, chamasse alguém, um superior. Até mesmo o meu primo... Eu entendo que talvez ele tenha se alterado um pouco, o ego do homem talvez 'deixaram' falar mais alto, mas realmente é muito triste. Saber que em dois, três minutos de fúria, acabou acontecendo tudo isso com ele", afirmou a prima.O advogado da empresa, Marcel Bento Amaral, disse, em nota, que Paulo Sérgio foi demitido e que o posto presta auxílio à família e às autoridades para apuração dos fatos.Neste domingo (19), a Polícia Civil (PC-PR) disse que o caso continua sendo investigado, e Paulo Sérgio, procurado.Ainda de acordo com Mariane, na segunda-feira (20), a equipe médica deve concluir se Caio precisará, ou não, passar por cirurgia.O quadro de saúde dele, de acordo com o Hospital Evangélico Mackenzie, é considerado estável. O hospital disse que, neste domingo, Caio ainda aguardava para ser transferido para um quarto.Mariane contou que Caio estava sozinho no posto quando tudo aconteceu.A prima contou que, após o incêndio ser controlado, o homem ligou para a esposa, que está grávida, para pedir ajuda. Eles moram a cerca de 5 quilômetros do local."Ele ligou pra ela informando. Disse tava no posto, que discutiu, que o frentista ateou fogo nele e pediu socorro. E desligou o telefone. Ela pegou o filho deles e foi pra lá".Mariane também foi ao posto após saber do caso e disse que só acreditou no que tinha acontecido ao chegar lá."A roupa dele queimada chamou a atenção, a parte do posto de fora com aquele pó branco, do extintor, foi ali que a gente realmente viu que era verdade, que tinha acontecido uma cena eu posso dizer de um filme de terror".A prima de Caio disse que, enquanto a vítima se recupera, ela e a família esperam por Justiça.O casoNas imagens da câmera de segurança é possível ver que enquanto Caio e Paulo discutem, o frentista está segurando uma bomba de combustível. Em dado momento, o funcionário dispara o líquido inflamável no homem. Poucos segundos depois, o fogo começa.A imagem não mostra como o fogo começou, mas Caio contou aos bombeiros que o frentista utilizou um isqueiro para iniciar as chamas. Outros clientes e frentistas observavam a discussão de perto.Enquanto o homem está em chamas, outro frentista, que tem treinamento para casos de incêndio, pega um extintor próximo e consegue ajudar a vítima. Logo após as chamas apagarem, Paulo Sérgio volta a se aproximar de Caio para agredi-lo.Vítima se feriu, mas está estávelApós o caso, Caio foi socorrido e levado para um posto do Corpo de Bombeiros, onde recebeu os primeiros atendimentos. De lá, foi encaminhado de ambulância para o Hospital Evangélico Mackenzie.Ainda de acordo com o Corpo de Bombeiros, Caio teve queimaduras nos braços, tórax e abdômen, além de queimaduras de primeiro grau nas pernas.