Política

Abin confirma uso, no governo passado, de programa para monitorar celulares da população; ministros criticam a prática

Por Da Redação

14/03/2023 às 16:42:13 - Atualizado há
Ferramenta permitia identificar localização de até 10 mil donos de aparelhos por ano. Abin diz que contrato se encerrou em maio de 2021. A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) confirmou nesta terça-feira (14) o uso de um software para monitorar a localização de qualquer pessoa por meio do número de celular durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A informação sobre a utilização da ferramenta foi publicada inicialmente pelo jornal "O Globo".

Em nota, Abin informou que o contrato que se refere ao uso do programa, de caráter sigiloso, teve início em 26 de dezembro de 2018 e foi encerrado em 8 de maio de 2021.

“A solução tecnológica em questão não está mais em uso na Abin desde então. Atualmente, a Agência está em processo de aperfeiçoamento e revisão de seus normativos internos, em consonância com o interesse público e o compromisso com o Estado Democrático de Direito”, conclui a nota.

O software utilizado pela agência de inteligência permitia o monitoramento de até 10 mil donos de celulares a cada 12 meses.

Segundo reportagem de O Globo, era possível acompanhar em um mapa a última localização conhecida do dono do aparelho. Bastava digitar o número de um contato telefônico no programa.

Abin

Durante a gestão do governo Bolsonaro, a Abin estava sob o guarda-chuva do Gabinete de Seguranças Institucional (GSI), comandado por militares.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu transferir a estrutura para a Casa Civil, chefiada pelo ministro Rui Costa.

A mudança acontece quase dois meses após terroristas golpistas invadirem as sedes dos três Poderes em Brasília, em 8 de janeiro. Na ocasião, o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto foram depredados.

Repercussão

Nesta terça, o ministro da Casa Civil disse que sob a nova gestão “toda lei será respeitada”.

“Se algo foi feito no passado, sem conformidade com a lei, isso será levado a quem for responsável, Controladoria Geral da União e órgãos de justiça”, afirmou.

O ministro da Secretaria de Governo, Alexandre Padilha, disse o uso do programa pela Abin é grave e o fato precisa ser apurado

“A própria Abin e outros órgãos, como o próprio Ministério da Justiça, certamente irao apurar essas situações. Se for apurada essa situação, uma irregularidade tão grave na vida íntima das pessoas, nos direitos individuais, na liberdade das pessoas, isso tem que ser fortemente punido”, afirmou.

O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que a base política do governo Lula vai pedir investigações junto à Comissão de Controle das Atividades de Inteligência e a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
Fonte: G1
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