PolĂ­tica Geral

Programa de proteção atendeu mais de 13 mil jovens e familiares

Por Portal JNN

14/03/2023 às 01:39:42 - Atualizado hĂĄ
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O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) divulgou nesta segunda-feira (13), durante seminĂĄrio em BrasĂ­lia, um balanço do trabalho realizado nos Ășltimos anos pelo Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM). O levantamento mostrou que atualmente existem 538 pessoas protegidas, sendo 236 crianças e adolescentes e 302 familiares. Entre os jovens, 74% são do sexo masculino e 72% são negros.

De acordo com o secretĂĄrio nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, Ariel de Castro Alves, de 2003 a 2022, fizeram parte do programa 4.942 crianças e adolescentes ameaçados de morte, além de 8.197 familiares também protegidos com o intuito de não separar esses jovens em situação de risco de seus parentes. Somados os dois grupos, o PPCAAM jĂĄ protegeu mais de 13 mil pessoas. "A guerra às drogas é uma das principais causas da letalidade dos nossos adolescentes, que são muitas vezes explorados pelo trĂĄfico de drogas. Não é o encarceramento que resolve e muito menos a repressão policial e os abusos inseridos nessa repressão", criticou Alves.

Um estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e do Fórum Brasileiro de Segurança PĂșblica, publicado em 2021, mostrou que, de 2016 a 2020, foram 35 mil assassinatos de crianças e adolescentes no paĂ­s. Segundo o secretĂĄrio Ariel Alves, até a faixa de 11 anos de idade, a violĂȘncia doméstica é a principal causa dessas mortes, sendo que 60% são vĂ­timas do sexo masculino e 66% são negras. JĂĄ entre os adolescentes de 12 a 17 anos, 88% são meninos e 83% são negros, geralmente vĂ­timas da violĂȘncia urbana e da violĂȘncia estatal. "A maioria das vĂ­timas são jovens, são negros, são pobres, são moradores das nossas periferias. Temos 19 crianças e adolescentes assassinados todos os dias no Brasil", afirmou Alves.

Nesse sentido, o ministro criticou a falta de dados e estudos nos Ășltimos anos sobre a violĂȘncia contra crianças e adolescentes, além da ausĂȘncia de uma polĂ­tica de Estado feita com base na ciĂȘncia e com um olhar crĂ­tico sobre a realidade. "Não é admissĂ­vel que possamos conviver normalmente com a morte violenta de crianças e adolescentes. Queremos ações orientadas cientificamente que se traduzam na proteção efetiva da infância e adolescĂȘncia no Brasil", defendeu.

Almeida destacou ainda que essas polĂ­ticas precisam ser aperfeiçoadas para dar conta das transformações da realidade, por isso a importância de se obter dados cientĂ­ficos para transformĂĄ-los em polĂ­ticas de proteção da juventude no paĂ­s. "O que aconteceu com a gente no perĂ­odo anterior é resultado de uma desconexão entre polĂ­tica de Estado, burocracia estatal e os interesses do povo brasileiro. Nosso desafio é construir essa estabilidade polĂ­tica. O tema da criança e do adolescente deve ser uma polĂ­tica de Estado, protegidos pela sociedade civil, e por um governo que saiba receber e traduzir os anseios históricos do povo brasileiro."

Criado em 2003, o PPCAAM tem o objetivo de preservar a vida de crianças e adolescentes ameaçados de morte e seus familiares, buscando assegurar a garantia dos direitos fundamentais, como o direito à convivĂȘncia familiar, comunitĂĄria, educação e saĂșde, na perspectiva da proteção integral. O programa é coordenado pela Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (SNDCA/MDHC).

Fonte: Portal JNN
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