PolĂ­tica

Cargo vitalício e salário de R$ 35 mil: as esposas de ministros de Lula nos tribunais de contas

Favorita para o TMC da Bahia, Aline Peixoto, casada com Rui Costa, pode ser a quarta esposa de ministro com cargo de conselheira Rui Costa e Lula em evento do governo federal

Por G1

22/02/2023 às 10:33:29 - Atualizado hĂĄ
Ricardo Stuckert-PR

Com o apoio poderoso do marido, o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), Aline Peixoto desponta como favorita para assumir o cargo de conselheira do Tribunal de Contas dos MunicĂ­pios da Bahia (TCM-BA).

A escolha estĂĄ prevista para ocorrer no inĂ­cio de março em uma eleição na Assembleia Legislativa baiana (Alba). Rui Costa, que foi governador da Bahia por dois mandatos até 2022 e elegeu como sucessor seu aliado Jerônimo Rodrigues (PT), tem importante influĂȘncia na Casa.

Caso a eleição da ex-primeira-dama baiana se confirme, Costa serĂĄ o quarto ministro do governo de Luiz InĂĄcio Lula da Silva a ter sua esposa como conselheira de um tribunal de contas, instituições que tĂȘm como função fiscalizar se o dinheiro pĂșblico estĂĄ sendo bem empregado.

Esses cargos vitalĂ­cios dão:

estabilidade até os 75 anos (idade limite para aposentadoria no serviço pĂșblico)

e remuneração a partir de R$ 35.462,22.

Além disso, trazem poder, jĂĄ que os tribunais de conta podem, inclusive, deixar polĂ­ticos inelegĂ­veis, caso as contas de seu governo sejam rejeitadas.

Em janeiro, a Assembleia Legislativa do PiauĂ­ elegeu a ex-primeira dama, Rejane Dias, para conselheira do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AL). Seu marido, Wellington Dias (PT), atual ministro do Desenvolvimento Social, governou o PiauĂ­ até março de 2022.

Outros dois ex-governadores, hoje ministros de Lula, jĂĄ chegaram ao governo federal com as esposas eleitas para tribunais de contas dos seus Estados. No caso do ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), Renata Calheiros foi eleita pelos deputados estaduais de Alagoas para o TCE em dezembro. O ministro governou Alagoas até abril do ano passado.

JĂĄ MarĂ­lia Góes, esposa do ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes (licenciado do PDT), se tornou conselheira do Tribunal de Contas do AmapĂĄ em fevereiro de 2022, quando seu marido ainda governava o Estado. Sua indicação chegou a ser suspensa pela Justiça sob acusação de nepotismo (favorecimento profissional devido ao vĂ­nculo familiar), mas a decisão foi revertida.

As trĂȘs jĂĄ nomeadas, por integrarem tribunais responsĂĄveis pelas contas dos governos estaduais, ficam impedidas de executar uma das principais funções dos conselheiros — sendo esposas dos ex-governadores, não podem participar do julgamento de suas contas.

A BBC News Brasil entrou em contato com a assessoria dos quatro ministros e com os gabinetes das trĂȘs conselheiras jĂĄ nomeadas, mas nenhum deles se pronunciou até a Ășltima atualização desta reportagem.

Na Bahia, onde a disputa estĂĄ em curso, a tentativa de eleger Aline Peixoto virou munição polĂ­tica. O lĂ­der da oposição na assembleia baiana, deputado estadual Alan Sanches (União Brasil), classificou de "imoral" a tentativa de eleger a esposa de Rui Costa para o TCM-BA. Seu partido lançou o deputado estadual Tom AraĂșjo para disputar a vaga com Aline Peixoto.

"Não tenho absolutamente nada contra a ex-primeira-dama, mas pessoalmente eu acho imoral indicar a esposa para um cargo vitalĂ­cio, até os 75 anos de idade, com salĂĄrio de R$ 41 mil, cuja maior prerrogativa é ser esposa do ex-governador e ministro da Casa Civil. Não faço juĂ­zo de valor sobre a pessoa da ex-primeira-dama, mas faço, sim, sobre os princĂ­pios que o atual ministro da Casa Civil esquece de usar", criticou Sanches em seu perfil do Instagram.

Até mesmo o senador Jaques Wagner (PT-BA), ex-governador baiano e padrinho polĂ­tico de Rui Costa, disse ao jornal local Metro1 que não concorda com a indicação da ex-primeira dama. E ainda sugeriu que sua eleição não estava garantida, jĂĄ que a eleição serĂĄ com voto secreto

"Eu não gosto de apostar nada em voto secreto não, que voto secreto é um bicho danado", declarou.

Com formação de enfermeira, Aline Peixoto presidiu a organização VoluntĂĄrias Sociais da Bahia enquanto era primeira-dama. Antes disso, foi assessora especial da Secretaria de SaĂșde da Bahia e diretora do Hospital Geral de IpiaĂș.

Controvérsia jurĂ­dica sobre nepotismo

Para além do embate polĂ­tico, indicações de parentes para tribunais de contas tĂȘm gerado disputas jurĂ­dicas.

Um caso antigo com desdobramentos recentes ocorreu no ParanĂĄ. Em 2008, MaurĂ­cio Requião foi eleito como conselheiro do TCE pelos deputados estaduais durante o governo de seu irmão, Roberto Requião, que hoje estĂĄ no PT, mas na época era do PMDB.

Sua posse, no entanto, foi suspensa por decisão liminar do Supremo Tribunal Federal (STF), em uma ação que questionava a nomeação de MaurĂ­cio Requião apontando que haveria nepotismo em sua escolha e que a eleição na assembleia estadual não teria seguido os prazos e ritos legais.

Após essa decisão, a assembleia revogou a eleição do irmão do governador e escolheu outro conselheiro, Ivan Bonilha. Em 2022, porém, após longa batalha jurĂ­dica, o Superior Tribunal de Justiça decidiu que essa revogação não respeitou o devido processo legal e decidiu pela recondução de MaurĂ­cio Requião ao cargo. Ele passou a integrar o TCE do ParanĂĄ em dezembro, quando uma nova vaga abriu com a aposentadoria de outro conselheiro.

No caso de MarĂ­lia Góes, após sua eleição pela assembleia estadual, sua posse foi suspensa em março do ano passado por uma decisão judicial que considerou sua escolha como nepotismo, atendendo a uma ação popular.

Essa decisão, porém, foi revertida na segunda instância judicial uma semana depois. A segunda decisão considerou que MarĂ­lia Góes foi escolhida pela assembleia estadual e que eventual prĂĄtica de nepotismo poderia ser comprovada ao longo do processo.

O nepotismo foi proibido no serviço pĂșblico por decisão do Supremo Tribunal Federal, por meio da SĂșmula Vinculante 13, mas a própria Corte estabeleceu exceções e hĂĄ controvérsia se a proibição se aplica às vagas em tribunais de contas.

Essa sĂșmula vedou a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente até o terceiro grau. No entanto, o Supremo estabeleceu também que funções pĂșblicas de carĂĄter polĂ­tico, como cargos de ministros e de secretĂĄrios estaduais e municipais, são funções em que pode haver a nomeação de parentes.

Segundo o professor de Direito Administrativo da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), André Cyrino, hĂĄ juristas que defendem uma interpretação ampla do que seriam cargos polĂ­ticos, para englobar até membros do Ministério PĂșblico.

Na sua visão, mais restrita, os cargos polĂ­ticos — que permitem, portanto, nomeação de parentes — são aqueles cuja nomeação estĂĄ ligada à lógica eleitoral.

Por isso, Cyrino avalia que cargos de conselheiros e ministros de tribunal de contas podem ser considerados polĂ­ticos, assim como a nomeação de ministros do STF, por exemplo, que são apontados pelo presidente da RepĂșblica e depois aprovados pelo Senado.

No entanto, embora não veja um enquadramento legal como nepotismo, o professor considera "lamentĂĄvel" a nomeação de familiares para essas funções.

"Eu acho que as esposas dos governadores que estão sendo nomeadas podem ser as pessoas mais honestas do mundo, mas acho que aĂ­ vale a regra da mulher de César, com o perdão do trocadilho ao falar das esposas: não basta ser honesta, tem que parecer honesta", disse, em referĂȘncia à famosa frase atribuĂ­da ao imperador romano JĂșlio César.

"Então ainda que vocĂȘ escape da incidĂȘncia da SĂșmula vinculante 13 a partir dessa lógica de que se trata de uma decisão polĂ­tica, vocĂȘ, por outro lado, não escapa do escrutĂ­nio pĂșblico, que é próprio da democracia", reforçou.

Para além do embate polĂ­tico, indicações de parentes para tribunais de contas tĂȘm gerado disputas jurĂ­dicas.

Um caso antigo com desdobramentos recentes ocorreu no ParanĂĄ. Em 2008, MaurĂ­cio Requião foi eleito como conselheiro do TCE pelos deputados estaduais durante o governo de seu irmão, Roberto Requião, que hoje estĂĄ no PT, mas na época era do PMDB.

Sua posse, no entanto, foi suspensa por decisão liminar do Supremo Tribunal Federal (STF), em uma ação que questionava a nomeação de MaurĂ­cio Requião apontando que haveria nepotismo em sua escolha e que a eleição na assembleia estadual não teria seguido os prazos e ritos legais.

Após essa decisão, a assembleia revogou a eleição do irmão do governador e escolheu outro conselheiro, Ivan Bonilha. Em 2022, porém, após longa batalha jurĂ­dica, o Superior Tribunal de Justiça decidiu que essa revogação não respeitou o devido processo legal e decidiu pela recondução de MaurĂ­cio Requião ao cargo. Ele passou a integrar o TCE do ParanĂĄ em dezembro, quando uma nova vaga abriu com a aposentadoria de outro conselheiro.

No caso de MarĂ­lia Góes, após sua eleição pela assembleia estadual, sua posse foi suspensa em março do ano passado por uma decisão judicial que considerou sua escolha como nepotismo, atendendo a uma ação popular.

Essa decisão, porém, foi revertida na segunda instância judicial uma semana depois. A segunda decisão considerou que MarĂ­lia Góes foi escolhida pela assembleia estadual e que eventual prĂĄtica de nepotismo poderia ser comprovada ao longo do processo.

O nepotismo foi proibido no serviço pĂșblico por decisão do Supremo Tribunal Federal, por meio da SĂșmula Vinculante 13, mas a própria Corte estabeleceu exceções e hĂĄ controvérsia se a proibição se aplica às vagas em tribunais de contas.

Essa sĂșmula vedou a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente até o terceiro grau. No entanto, o Supremo estabeleceu também que funções pĂșblicas de carĂĄter polĂ­tico, como cargos de ministros e de secretĂĄrios estaduais e municipais, são funções em que pode haver a nomeação de parentes.

Segundo o professor de Direito Administrativo da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), André Cyrino, hĂĄ juristas que defendem uma interpretação ampla do que seriam cargos polĂ­ticos, para englobar até membros do Ministério PĂșblico.

Na sua visão, mais restrita, os cargos polĂ­ticos — que permitem, portanto, nomeação de parentes — são aqueles cuja nomeação estĂĄ ligada à lógica eleitoral. Por isso, Cyrino avalia que cargos de conselheiros e ministros de tribunal de contas podem ser considerados polĂ­ticos, assim como a nomeação de ministros do STF, por exemplo, que são apontados pelo presidente da RepĂșblica e depois aprovados pelo Senado.

No entanto, embora não veja um enquadramento legal como nepotismo, o professor considera "lamentĂĄvel" a nomeação de familiares para essas funções.

"Eu acho que as esposas dos governadores que estão sendo nomeadas podem ser as pessoas mais honestas do mundo, mas acho que aĂ­ vale a regra da mulher de César, com o perdão do trocadilho ao falar das esposas: não basta ser honesta, tem que parecer honesta", disse, em referĂȘncia a famosa frase atribuĂ­da ao imperador romano JĂșlio César.

"Então ainda que vocĂȘ escape da incidĂȘncia da SĂșmula vinculante 13 a partir dessa lógica de que se trata de uma decisão polĂ­tica, vocĂȘ, por outro lado, não escapa do escrutĂ­nio pĂșblico, que é próprio da democracia", reforçou.

Tribunais de Contas, casa antiga de polĂ­ticos e parentesApesar do nome, os tribunais de contas não integram o Poder JudiciĂĄrio. Na verdade, são instituições que auxiliam o Poder Legislativo na fiscalização dos gastos do Poder Executivo.

Enquanto o Tribunal de Contas da União fiscaliza o governo federal, os tribunais de contas dos Estados costumam fiscalizar despesas dos governos estaduais e das prefeituras.

No entanto, Bahia, GoiĂĄs e ParĂĄ criaram tribunais de contas dos MunicĂ­pios, especĂ­ficos para avaliar as contas das prefeituras, enquanto as cidades de Rio de Janeiro e São Paulo tem cada uma um Tribunal de Contas Municipal.

Parte das vagas desses tribunais é eleita pelo Poder Legislativo e parte é escolhida pelo Poder Executivo.

Com isso, essas indicações acabam tendo forte carĂĄter polĂ­tico. Um levantamento realizado pela TransparĂȘncia Brasil em 2016 mostrou que 80% dos titulares desses cargos ocuparam, antes de sua nomeação, cargos eletivos ou de destaque na alta administração pĂșblica (como dirigente de autarquia ou secretĂĄrio estadual).

A presença de parentes de autoridades também não é novidade. O mesmo levantamento indicou que cerca de um terço (32%) dos conselheiros e ministros do paĂ­s eram familiares de polĂ­ticos ou de integrantes de relevo do Poder JudiciĂĄrio.

No TCE de Alagoas, por exemplo, onde Renata Calheiros chegou hĂĄ pouco, o atual vice-presidente, OtĂĄvio Lessa, é conselheiro desde 2002, quando foi indicado por seu irmão, o então governador Ronaldo Lessa (PDT).

JĂĄ no TCE da ParaĂ­ba, Fernando Rodrigues Catão foi nomeado conselheiro em 2004 por seu sobrinho, o então governador CĂĄssio Cunha Lima (PSDB).

Reeleito em 2006, Cunha Lima foi cassado por decisão judicial em 2009. No ano seguinte, seu primo, Arthur Cunha Lima, também se tornou conselheiro do TCE, após ser escolhido pela Assembleia Legislativa paraibana.

Para a diretora executiva da TransparĂȘncia Brasil, Juliana Sakai, a indicação de parentes e aliados de polĂ­ticos cria uma "benefĂ­cio de mão dupla" e acaba enfraquecendo a fiscalização dos tribunais de contas.

"De um lado, vocĂȘ coloca alguém que tenha afinidade polĂ­tica, num cargo para receber muito bem vitaliciamente, e, ao mesmo tempo, essa pessoa deixa de ter um controle muito restritivo, para favorecer os que estão no poder. Então, existe aĂ­ o aparelhamento de uma estrutura", crĂ­tica.

Maria Alice Gomes, que estuda a composição de tribunais de contas em seu doutorado pela Fundação GetĂșlio Vargas, explica que é natural que os cargos nos tribunais de contas sejam ocupados por pessoas "da seara polĂ­tica" devido ao processo de escolha. Outro fator que possibilita isso, diz, são os critérios "vagos" que a Constituição estabelece para a escolha de ministros e conselheiros.

Segundo o texto constitucional, a pessoa deve ter deve ter idoneidade moral e reputação ilibada; notórios conhecimentos jurĂ­dicos, contĂĄbeis, econômicos e financeiros ou de administração pĂșblica; e mais de dez anos de exercĂ­cio de função ou de efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos mencionados.

"Então, não existem critérios tão especĂ­ficos que exijam a qualificação técnica de quem vai exercer um cargo vitalĂ­cio. É comum que os cargos sejam preenchidos por deputados estaduais, pessoas que estão ligadas ao meio polĂ­tico naquele Estado", ressalta.

Nesse sentido, Gomes não considera necessariamente algo negativo a indicação das esposas de ex-governadores. Na sua avaliação, essas indicações tĂȘm o impacto positivo de aumentar a representatividade de mulheres nos tribunais de contas.

Levantamento realizado por ela e outros pesquisadores nos 33 tribunais de contas constatou que mulheres são apenas 11,2% das vagas de conselheiros e ministros (26 num universo de 231).

"PolĂ­tica é familiar"A cientista polĂ­tica Débora Thomé, doutora pela Universidade Federal Fluminense (UFF), ressalta que polĂ­tica é algo tradicionalmente familiar não só no Brasil, citando exemplos da polĂ­tica americana, como as famĂ­lias Bush e Clinton.

Ela nota que familiares de polĂ­ticos jĂĄ crescem nesse meio e acabam tendo mais facilmente conexões e apoios para ocupar espaços de poder. Por outro lado, para quem não tem esses vĂ­nculos prévios, o processo para conquistar esse espaço é custoso e longo, jĂĄ que normalmente exige enfrentar eleições disputadas.

"É algo ruim porque, de alguma maneira, vocĂȘ cristaliza o poder no entorno de poucas famĂ­lias", ressalta.

Ela acredita que o aumento da pressão por mais mulheres em espaços de poder pode ter influenciado a decisão de indicar esposas de governadores e ex-governadores para tribunais de contas, em vez de outros familiares desses polĂ­ticos.

Para Thomé, é preciso fazer uma distinção entre mulheres indicadas para esses cargos que conquistaram antes mandatos eletivos e trilharam uma trajetória própria na polĂ­tica, ainda que com apoio do marido, e aquelas que não disputaram eleições.

Ela cita por exemplo o caso da Rejane Dias, que exerceu mandatos de deputada estadual e federal. Formada em direito e administração de empresas, ela também ocupou vĂĄrios cargos nos governos do marido, como secretĂĄria estadual de AssistĂȘncia Social e Cidadania (2005 a 2006) e secretĂĄria estadual de Educação (2015 a 2018).

Marilia Góes, por sua vez, é delegada aposentada da PolĂ­cia Civil do AmapĂĄ e estava em seu terceiro mandato como deputada Estadual pelo PDT quando se tornou conselheira do TCE.

Assim como Aline Peixoto, Renata Calheiros não teve mandato eletivo antes de ser nomeada. Formada em administração, ela foi técnica concursada da Caixa Econômica Federal e atuou entre 2015 e 2022 como coordenadora de dois programas do governo do marido: o Criança Alagoana e o Alagoas Feito à Mão.
Fonte: G1
Comunicar erro
Jornalista Luciana Pombo

© 2024 Blog da Luciana Pombo é do Grupo Ventura Comunicação & Marketing Digital
Ajude financeiramente a mantermos nosso Portal independente. Doe qualquer quantia por PIX: 42.872.330/0001-17

•   Política de Cookies •   Política de Privacidade    •   Contato   •

Jornalista Luciana Pombo