Política Montenegro

Vereadora de Montenegro que comparou mulheres de esquerda a cadelas é cassada

Camila Oliveira (Republicanos) aparece dublando funk 'O proibidão do Bolsonaro', de MC Reaça. Parlamentar chamou decisão da Câmara de Vereadores de 'golpe'.

Por Redação, g1 RS e RBS TV

18/01/2023 às 22:22:01 - Atualizado há
Vídeos gravados no gabinete da vereadora Camila Oliveira motivaram protestos e denúncias - Reprodução/FN

A Câmara Municipal de Montenegro, na Região Metropolitana de Porto Alegre, aprovou a cassação do mandato da vereadora Camila Oliveira (Republicanos) nesta segunda-feira (16), por 9 votos a zero. A parlamentar gravou, acompanhada de duas adolescentes em seu gabinete, um vídeo em que mulheres de esquerda são comparadas a cadelas.

À RBS TV, a vereadora afirmou que o processo foi "uma perseguição absurda" e chamou a decisão de "golpe". "Crime de perseguição à uma mulher parlamentar que não usurpou dos recursos públicos, que se doou para a sociedade montenegrina, e o os colegas não suportaram ver o quanto a população estava satisfeita com minha dedicação", disse. Leia o posicionamento da vereadora cassada abaixo.

No vídeo divulgado em uma rede social em outubro de 2022, a vereadora aparece segurando uma bandeira do Brasil. Ao lado de duas jovens e dentro do gabinete, ela dubla o funk "O proibidão do Bolsonaro", de MC Reaça, artista que morreu em 2019.

"As mina de direita são as top, mais bela. Enquanto as de esquerda tem mais pelo que cadela. Bolsonaro salta de paraquedas", diz a letra do funk.


A vereadora disse que apenas participou do vídeo, que teria sido idealizado pelas adolescentes. A parlamentar disse ter sofrido críticas, ameaças, xingamentos, calúnias, injúrias e difamações após a repercussão do caso.

Esta é a primeira vez em 150 anos que um parlamentar de Montenegro sofre pedido de impeachment. O município já passou por dois processos de cassação, ambos de ex-prefeitos. Paulo Azeredo (PDT) e Luís Américo Alves Aldana (PSB) tiveram seus mandatos cassados em 2015 e 2017, respectivamente.

Processo de cassação

Manifestantes acompanharam a sessão dentro e fora do plenário que confirmou a abertura do processo, que foi pedido pelo PDT. Na denúncia, o partido alegou quebra de decoro parlamentar da vereadora por gravar e postar dois vídeos nas dependências da Câmara de Vereadores com duas adolescentes em seu gabinete.

O depoimento de Camila estava marcado para dezembro, mas a parlamentar não compareceu e alegou que estaria internada em uma clínica psiquiátrica em Porto Alegre. Não foram apresentados atestado médico e atestado de internação.

Com a cassação, assume o suplente Cristian Souza, eleito também pelo Republicanos. Souza fez 506 votos nas urnas. Ele já havia assumido a cadeira por um breve período de licença de Camila.

"Me coloco à disposição da comunidade, dos colegas vereadores e do Executivo. Vocês vão ter um parceiro para trabalhar por nossa cidade", declarou Souza no ato de posse.

Nota de Camila Oliveira

"Foi uma perseguição absurda que sofri, devido a ser uma mulher, por fazer uma paródia de uma música que faz parte da cultura popular que é o funk, fui discriminada e sofri um golpe daqueles que não suportaram ver o meu trabalho. O crime de perseguição a uma mulher parlamentar que não usurpou dos recursos públicos, que se doou para a sociedade montenegrina e o os colegas não suportaram ver o quanto a população estava satisfeita com minha dedicação."

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