Geral Alexandre de Moraes

Entenda pontos essenciais sobre a prisão de Anderson Torres

Por Da Redação

15/01/2023 às 19:22:13 - Atualizado há

Torres é acusado de ser conivente e omisso na situação, não preparando um esquema capaz de proteger os Poderes contra os ataques, mesmo com a informação de que eles poderiam ocorrer.

Durante o Painel CNN deste domingo (15), o ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão, o promotor de Justiça e prof. de Direito Constitucional Clever Vasconcelos e a professora de Direito Constitucional Samantha Meyer analisaram alguns dos principais pontos sobre a prisão de Anderson Torres.

Competência de Julgamento

Um dos pontos levantados pelos especialistas foi a competência de julgamento, para que não haja nulidade por conta de tramitação em foro incorreto.

“O aspecto formal é importante. O STF não era competente para julgar pessoas sem prerrogativa de foro. Então há de se fazer um nexo de causalidade. É importante que se tenha uma investigação completa, mas reitero que a investigação deve ser realizada pelo foro competente”, avaliou o promotor Clever Vasconcelos.

A professora Samantha Meyer foi de acordo com esse pensamento, de que a competência é importante durante as investigações.

“Essa preocupação da competência para que não haja nulidade em toda essa investigação é importantíssimo, para que a gente não cometa os mesmos erros que foram cometidos durante a Operação Lava Jato. A gente precisa aprender com os erros.”

Eugênio Aragão disse que, pelo fato de a depredação ter ocorrido dentro do STF, o Supremo tem poder de polícia nessa situação.

“A depredação dentro do STF é crime praticado dentro do Supremo. Portanto, recai a normal regimental que estabelece poder de polícia do Supremo Tribunal Federal. Para investigar, não tenho dúvida que há competência para os fatos que aconteceram dentro do Supremo.”

Minuta na casa de Torres

O ex-ministro Eugênio Aragão, analisou a situação da minuta que foi encontrada na casa de Torres, que pedia intervenção no resultado das eleições, e salientou que o fato de o documento ter sido encontrado em papel dificulta a investigação.

“O fato de ela [minuta] estar impressa em papel já dificulta as coisas. Se estivesse em um pen-drive, você podia localizar a origem do arquivo. Isso trás uma dificuldade”.

O promotor Clever Vasconcelos acredita ser fundamental as investigações apontarem quem foi o responsável por entregar a minuta para Anderson Torres, algo que até agora não foi revelado.

“Tem que ser questionado ao ex-secretário da Segurança Pública o seguinte: "quem deu esse documento a ele?" Essa é uma pergunta que tem que ser respondida. "Quem entregou e em quais circunstâncias foi entregue esse documento'”.

Apesar de concordar que é necessário saber quem foi o responsável pela elaboração da minuta, a professora Samantha Meyes explicou que pedir Estado de Defesa por si só não configura um golpe.

“Pedir Estado de Defesa por si só não é um golpe. O Estado de Defesa está previsto na Constituição e ele tem determinados requisitos. Se esses requisitos não forem cumpridos ele não pode ser decretado. Um deles é ouvir o conselho da República. Então é como se fosse um decreto juridicamente impossível. Não é um golpe por que era impossível de ser realizado”.

Perguntas a serem respondidas

O promotor de Justiça Clever Vasconcelos avaliou as principais perguntas que precisam ser respondidas por Anderson Torres.

“O governo do DF tomou posse em 1º de janeiro, e o secretário de Segurança Pública foi viajar para os EUA dia 7 de janeiro. Pelo que eu vi o Ibaneis não sabia que o secretário estava no exterior. Então será que o secretário foi aos EUA sem avisar o governador? Esse ponto tem que ser questionado”, disse Clever.

O promotor reforçou que deve ser descoberto quem fez a elaboração e a entrega da minuta a Anderson Torres, uma vez que o documento estava na casa do ex-ministro, e não em seu gabinete.

“Quem entrego isso? Em que circunstâncias? Não estava no gabinete do secretário da Segurança Pública, estava na casa dele. Essa pessoa tem que ser investigada porque a situação não tem nenhum cabimento”.

A doutora Samantha complemetou que é importante a explicação se o governador Ibaneis Rocha estava sendo informado sobre a situação da segurança, através da Secretaria de Segurança Pública.

“Em que medida o governador foi realmente informado do que efetivamente estava acontecendo. Quais informações ele tinha por que houve omissão e a hgente precisa saber de quem é a responsabilidade”.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Entenda pontos essenciais sobre a prisão de Anderson Torres no site CNN Brasil.

Fonte: CNN Brasil
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