Bradesco faz aquisição no México e traça os planos para atuar no segundo maior mercado latino-americano

Enquanto o mercado brasileiro observa o que acontece com o Pix, com o Open Finance e com a popularização das fintechs, o Bradesco está de olho lá fora. Vice-líder no ranking dos bancos no País, com lucro líquido de R$ 26,2 bilhões no ano passado, atrás apenas do Itaú (R$ 28,4 bilhões), a instituição anunciou a aquisição da Ictineo Plataforma, uma instituição financeira popular (sofipo) que atua com pessoas físicas no México. O plano é ampliar sua presença no varejo no mercado local por meio da subsidiária Bradescard México, responsável pela aquisição. A meta é dobrar a base de usuários locais, hoje em 3 milhões de clientes, e multiplicar a carteira de crédito por quatro em cinco anos. O valor da transação não foi revelado.

De acordo com o Bradesco, Bradescard México é hoje uma das principais financeiras de crédito ao consumo no segmento de cadeias de varejo, mas não opera em outras áreas. Para Octavio de Lazari Junior, diretor-presidente do Bradesco, a aquisição vai possibilitar a atuação similar a um banco digital. "Ela nos abrirá uma nova frente de negócios financeiros de alto potencial de crescimento no México, o segundo maior PIB da América Latina", afirmou Lazari, em nota. Além de ter uma operação mais robusta no México, o Bradesco que diversificar a oferta de produtos. Está no plano estratégico lançar financiamento de automóveis e crédito imobiliário. Na área de cartões de crédito, a ideia é estar em cinco anos entre os maiores emissores do país. Atualmente, a Ictineo tem uma carteira de apenas cerca de R$ 4 milhões e menos de 3 mil clientes.

VAREJO

O principal pilar do plano mexicano do Bradesco é reforçar sua presença no ponto de venda. A ideia é ampliar a distribuição nas lojas dos varejistas parceiros, como a rede Bodega Aurrerá (do Walmart). Por enquanto, o nome do banco digital deve ser Bradescard, mas uma mudança no futuro não está descartadapela corporação brasileira. Poderia até haver um acordo para utilizar por lá a marca Digio, ou de outra iniciativa digital do Bradesco, mas isso não está decidido. A conclusão da transação está sujeita à aprovação das autoridades no México (Comisión Nacional Bancária y de Valores) e pelo Banco Central do Brasil.