Curitiba registrou, em julho, a maior deflação entre as 10 principais regiões metropolitanas do Brasil. Segundo o boletim de inflação da Escola de Negócios da PUCPR, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu 1,41% em julho. O resultado foi influenciado diretamente pelas quedas expressivas nos setores de Transportes (-4,91%) e Habitação (-2,96%), decorrentes da desaceleração dos combustíveis e da energia elétrica.
Os dados do IBGE indicam que a queda nos preços não foi abrangente. O boletim de inflação destaca que 54% dos itens pesquisados no Brasil ficaram mais caros no mês passado. Apenas 36% registraram quedas nos preços.
O coordenador do curso de Economia da PUCPR, Jackson Bittencourt, explica que o grupo de transportes tem um peso importante no cálculo geral da inflação. Ele avalia que a redução é artificial e impacta de diferentes formas a população brasileira:
Dos nove grupos que compõem o IPCA Curitiba, em julho, cinco registraram quedas de preços. Além de Transportes e Habitação, também caíram Vestuário, Artigos de Residência e Comunicação. O custo da Educação ficou estável. E três grupos registraram alta: Despesas Pessoais, Saúde e Cuidados Pessoais, e Alimentos e Bebidas.
O boletim destaca que o setor que mais impactou negativamente foi o de alimentos. Entre eles, os itens essenciais. Em Curitiba, a inflação da Cesta Básica foi 2,63% em julho. Somente neste ano, a alta acumulada desde janeiro chega a 28% na capital paranaense, acima da média nacional (23%).
O economista Jackson Bittencourt avalia que o setor dos alimentos, impactado por fatores internos e externos, está desequilibrado. Ele espera que, gradualmente, os preços retomem o caminho para um ajuste considerado normal:
O destaque do mês foi a expressiva alta de 30% no preço do leite longa vida – deste o início do ano, o item acumula alta de 92%. Farinha de trigo, banana-prata e margarina também ficaram entre 3% e 4% mais caros no período. As quedas mais importantes registradas foram do tomate (-23%), batata-inglesa (-19,5%), contrafilé (-6%), feijão (-6%) e arroz (-3%).
Reportagem: Angelo Sfair.