Geral entretenimento

'Um Vânia' e o poder de um texto clássico

Por Da Redação

20/08/2022 às 07:02:18 - Atualizado há

Gideon Rosa, Isadora Werneck e Marcelo Praddo em Um Vânia

Qual o espaço para um texto clássico? Para o diretor baiano Gil Vicente Tavares, que assina a montagem Um Vânia, de Tchekhov, ele terá sempre espaço, e vai ganhando novas camadas nos contextos em que é encenado. É um pouco o que aconteceu com o espetáculo teatral de 2017, que volta a cartaz cinco anos depois, neste cenário pós-pandemia, de crises variadas.

Uma delas é a própria dificuldade do setor artístico, abatido nos últimos anos e que ressurge em projetos como o da montagem, inserida nas comemorações de dois anos da Casa Rosa, no Rio Vermelho - que não é um teatro, mas abriga diferentes produções. Já as frustrações de Vânia – velho, doente e confinado em uma fazenda - pode se conectar com os medos e frustrações que experimentamos.

O texto do russo Anton Tchékhov, diz Gil Vicente, foi escrito no final do século XIX, no contexto de crise na União Soviética. “O que a gente mais ouviu falar durante a pandemia foi nestas crises nas relações, das pessoas obrigadas a ficarem juntas”, compara o diretor. No caso da narrativa, as tensões são vividas pelo professor aposentado Vânia, interpretado  por Gideon Rosa, e sua família complexa.

Montagem da Companhia de Teatro da Ufba e do Teatro NU, Um Vânia foi o grande vencedor do Prêmio Braskem daquele ano, eleito melhor espetáculo adulto, ator (Marcelo Praddo) e diretor (Gil Vicente). E, apesar da falta de patrocínio, conseguiu voltar com o mesmo elenco e cenário, pensado para diferentes espaços. O espetáculo já passou, por exemplo, pelo Palacete das Artes e pelo MAB. Agora, adapta-se ao formato multiuso da Casa Rosa, com a plateia bem pertinho, conectada com os atores e integrando a encenação. 

Uma presença muito importante na montagem é a do ator Gideon Rosa, para quem  ela foi concebida. Gideon,  que  encenou vários espetáculos da Cia da Ufba, passava por problemas de saúde, mas aceitou viver o personagem, também de saúde delicada. “É muito emocionante vê-lo no palco, sua entrega. Sempre fui um grande admirador do trabalho de Gideon”, destaca 
Gil Vicente.
 
Gideon divide a cena com Marcelo Praddo – principal ator do Teatro NU -  Marcelo Flores, Alethea Novaes e com a jovem Isadora Werneck, que em 2017  ainda era estudante da Escola de Teatro e foi escolhida através de seleção. Animado com o retorno, Gil Vicente espera poder seguir temporada, lá mesmo na Casa Rosa, ou circular por festivais.
E convida o público para conferir a atualidade do texto de Tchékhov. “Ele e Shakespeare são os autores mais montados do mundo”, resume Gil, citando o filme japonês Drive My Car, que concorreu ao Oscar deste ano, e no qual um ator dedica-se a uma montagem pra lá de instigante de Um Vânia.   

SERVIÇO

Espetáculo: Um Vânia, Um Vânia, de Tchekhov

Onde:  Casa Rosa ( Rio Vermelho) 

Ingressos :  R$ 60 | R$ 30,  venda no  Sympla até às 17h e  no local

Temporada : sábados e domingos, às 19h, até 18/ 09


Boas estreias no streaming 


O drama de Pureza

Inspirado na história de Pureza Lopes Loyola, mãe que lutou para livrar o filho do trabalho escravo, o filme Pureza chega ao Globoplay este fim de semana. Com direção de Renato Barbieri e roteiro dele e de Marcus Ligocki, o longa é protagonizado por Dira Paes (Pureza), uma mãe solo que mora com seu filho, Abel (Matheus Abreu), em uma pobre região do Maranhão. Descontente com a vida que levam, o jovem deixa o local para buscar emprego em um conhecido garimpo, com a promessa de dar uma vida melhor à mãe. Após meses sem notícias, Pureza sai em busca do rapaz.

Durante a jornada, ela encontra uma fazenda que emprega um sistema de aliciamento e cárcere de trabalhadores rurais. Ainda à procura do filho, ela passa a trabalhar neste lugar, testemunhando o tratamento brutal sofrido pelos empregados, além do desmatamento ilegal de florestas. Lutando contra om sistema brutal, ela enfrentará a tudo e todos, e vai até Brasília fazer sua denúncia, sempre com uma fé  de encontrar o filho. 

divulgacao
O time de desafiantes do Iron Chef Brasil (Foto: Divulgação)

Desafiado o chef

 Quem gosta de reality de gastronomia vai amar o Iron Chef Brasil, primeiro programa do tipo da Netflix por aqui e que estreou dia 10. Primeiro, porque a temporada está toda lá, para quem quiser maratonar à vontade. Depois, pelo formato, que coloca um time de chefs promissores para desafiar estrelas da gastronomia nacional.  No primeiro dos oito episódios, a baiana Ieda de Matos,  da Chapada Diamantina, enfrenta Rodrigo Oliveira, do badalado restaurante paulista Mocotó. O tema do dia foi bode e mesmo com a alegria de Ieda em resgatar suas origens em pratos incríveis, ficou difícil o embate com Rodrigo, especialista em comidas de origem nordestina.

Cada um deles preparou cinco pratos, em 1h30  e com dois ajudantes. Nos outros episódios, os chefes desafiados são Bel Coelho, Carole Crema,  Giovana Grossi,  Thiago Castanho, Fabrício Lemos, Lisiane Arouca. Os dois últimos são do restaurante  Origem, de Salvador.  O veredito fica a cargo de Rosa Moraes, representante brasileira da lista The World’s 50 Best Restaurants, e de Laurent Suaudeau, chef francês radicado no Brasil - sempre com um convidado. Já a apresentação da disputa fica a cargo de Fernanda Souza e Andressa Cabral.    

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