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Vá de bike: transporte é opção para soteropolitanos apaixonados pelo pedal

Por Da Redação

20/08/2022 às 05:02:14 - Atualizado há

Aos 64 anos, a ciclista Lourdes Pinto encontrou na ‘branquinha’ - apelido que deu a sua bike - a liberdade que havia perdido para a dependência química. Ela começou a pedalar quando deu início ao seu tratamento. Na época, o percurso de ida e volta que fazia de Itapuã a Pituba, sem condicionamento físico, “provocava um cansaço muito grande”. À noite, quando chegava em casa, sobrava energia apenas para assistir à reunião de apoio e descansar para enfrentar o dia seguinte.

Com a nova rotina, os remédios para dormir foram ficando para trás, o tratamento ganhou força, a ‘bike’ se tornou uma companheira inseparável, e Lourdes, uma “ciclista de pernas e coração”. Agora, no seu 17º Dia do Ciclista - comemorado na sexta-feira (19) -, ela e a ‘branquinha’ já colecionam diversas viagens pelo Brasil.

“Eu amo pedalar. Graças a Deus ainda tenho muita força nas pernas, muito tesão pela vida, e me sinto uma mocinha em cima da bicicleta. Eu fui gostando do prazer que ela me proporcionava, da adrenalina de conseguir ir cada vez mais longe”, conta a ciclista.

Lourdes pedalando na Caminhada da Fé, na Serra Luminosa, em Minas Gerais (Foto: Acervo pessoal)

Há dois anos, Lourdes vendeu o carro e passou a usar a bike como seu principal meio de transporte. Em sua última viagem, passou sete dias na estrada e pedalou 358 km.

“Eu ando essa cidade [Salvador] toda de bicicleta, faço compras e trago tudo no guidão”, detalha Lourdes.

E não é só a companheira de ‘branquinha’ que tem usado mais as bicicletas no dia a dia. Além de ciclista, Ed Ferreira, 37 anos, também é instrutor de bicicleta e conta ter percebido um aumento significativo de novos ciclistas tanto entre seus alunos, como nos grupos de bike de que participa.

Divisor de águas
Foi nesses encontros que sua paixão pelo pedal começou. Em 2014, a cada 15 dias, ele e o pai se juntavam com outros ciclistas para pedalar, mas por falta de condicionamento, Ed participava apenas dos percursos curtos. Dois anos depois, quando um amigo o convidou para ir para o trabalho de bicicleta, de Pau da Lima a Lauro de Freitas, ele aceitou e considera o momento um divisor de águas na sua decisão de se tornar instrutor e usar o modal como principal meio de transporte.

“Eu levava duas horas de ônibus para chegar em Lauro e mais duas horas para voltar para São Rafael, mas pedalando eu levava apenas uma hora. Desde aquele dia eu decidi não pegar outro transporte”, revela o treinador.

A bicicleta está presente em todas as áreas da vida de Ed, no trabalho, no lazer e no deslocamento (Foto: Acervo Pessoal)

Para ele, a bicicleta representa uma mudança de vida. “O ciclismo para mim é uma paixão, é tudo. Ela mudou a minha vida porque eu era da área de informática e era daquelas pessoas que gostavam muito de jogar, passava noites em claro, e depois que eu descobri o ciclismo, isso mudou. Hoje eu uso a bicicleta para lazer, trabalho e deslocamento”, afirma Ed. 

Para os apaixonados pelo ciclismo ou para aqueles que usam o modal para se divertir, Salvador conta com 310 km de malha, entre ciclovias, ciclofaixas e ciclorotas. Desse total, 14 km foram implementados no ano passado e cerca de 6 km este ano.

Espaços que, para a ciclista e fundadora da Comunidade Amigos de Bike, Lucia Saraiva, 62 anos, são indispensáveis para a promoção da segurança daqueles que apostam no uso da bike. “Não é fácil dividir o trânsito aqui de Salvador com os motoristas, por isso, tem muita gente que fica desestimulado e não vai. Eu sempre indico usar esses espaços exclusivos para o ciclista, principalmente as ciclovias, que são totalmente separadas da via de carros e motos”, ensina Lucia.

Lucia (de blusa vermelha e capacete laranja) e outros ciclistas do Bike Amigo pedalam em grupo (Foto: Acervo pessoal)

Ela fundou o Amigos de Bike para pensar maneiras de incentivar o uso seguro da bicicleta para mais pessoas. Na sexta-feira (19), no Dia do Ciclista, ela e outros convidados participaram da ação BiciAnjos - Formação em Primeiros Socorros e Segurança Viária, mediada por profissionais do Samu e promovida pelo Movimento Salvador Vai de Bike, através da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur), em comemoração à data.

“Eu acho que todo mundo deveria participar dessas instruções, porque pode salvar vidas. Para nós, ciclistas, foi muito positiva, porque nós fazemos parte de uma cadeia no trânsito, e essas instruções podem minimizar algumas situações de acidente que são quase inevitáveis no nosso dia a dia”, afirma Lucia Saraiva.

A programação do Movimento Salvador Vai de Bike segue até este sábado (20), com inauguração da nova unidade Bike Comunidade, no bairro de São Cristóvão. Na ocasião, também acontece gratuitamente uma oficina de manutenção básica de bicicleta e um circuito de minibikes para as crianças.

Programação

20/08 - 9h
Lançamento Bike Comunidade São Cristóvão 
- Circuito de Mini Bikes para crianças 
- Oficina de Manutenção Básica da Bicicleta 
Rua São Salvador, 177, São Cristóvão


 *Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo

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