Uma publicação compartilhada por Fundac?a?o Rosa Luxemburgo (@fundacao.rosa.luxemburgo)
Assim, Lentz propõe que as Forças Armadas jamais deixaram de controlar a política de Segurança Pública nacional, mesmo após o fim da Ditadura Militar e a redemocratização, e seguem em guerra contra o próprio povo desde 1964.
“[O Exército] continuou tendo como inimigos internos a população, já que a criminalidade interna, que é um problema de segurança pública e de polícia continuou sendo um problema militar. Porque os militares estaduais continuaram responsáveis pelo policiamento ostensivo. Os policiais militares são forças auxiliares e de reservas do exército, são submetidas ao comando e à doutrina do Exército, devem a disciplina à Justiça Militar”, contextualizou.
Leia também: Forças Armadas celebram golpe de 64 em nota: "Legado de paz, de liberdade e de democracia"
"República de Segurança Nacional" é a mais recente publicação a compor a Coleção Emergências, da Editora Expressão Popular e da Fundação Rosa Luxemburgo, que se debruça sobre questões complexas sobre o Brasil que nem sempre são pautadas com o aprofundamento que urgem.
Estado escolhido para sediar o lançamento da obra, Pernambuco tem uma história relevante para a força militar. “Aqui fica o Comando Militar do Nordeste, e, inclusive, há mais ou menos 70 anos, o Exército tem usado na mitologia que legitima sua atuação política a Batalha de Guararapes como a data da sua fundação”, contou Lentz.
O advogado Rodrigo Lentz é doutor em Ciência Política pela Universidade de Brasília (UnB), atua como professor convidado da Universidade Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e pesquisador sênior no Observatório sobre Defesa e Soberania Nacional do Instituto Tricontinental de Pesquisa Social, integrando o grupo de pesquisa Democracia e Sociedade da UnB.
Brasil de Fato