Na última sexta-feira (25), uma pesquisa de Stanford University, na Califórnia (EUA) identificou 54.118 espécies de vírus que vivem no intestino humano. Entre eles, 92% eram desconhecidos pela ciência.
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Mas calma! Não é motivo para se preocupar, porque esses vírus (ou melhor, a maioria deles) são bacteriófagos, ou seja, "comem" bactérias e não atacam as células humanas. Há um grande número desses parasitas microscópicos em nossos corpos, principalmente em nosso intestino, que tem como alvo outros micróbios que lá habitam.
Além de nos ajudar a digerir nossa comida, esses micróbios têm muitas outras funções importantes, uma vez que nos protegem contra bactérias patogênicas, preparam nosso sistema imune quando somos crianças e têm um papel contínuo na regulação imunológica até a idade adulta.
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Com essa descoberta, o intestino humano passou a ser o ecossistema microbiano mais bem estudado do planeta. No entanto, mais de 70% das espécies microbianas que vivem lá ainda precisam ser cultivadas em laboratório.
Na pesquisa californiana, o grupo minerou sequências virais de 11.810 metagenomas fecais de pessoas de 24 países diferentes. O estudo resultou no catálogo Metagenomic Gut Virus, que contempla 189.680 genomas virais.
A ideia é que essas novas informações sejam aliadas a uma aplicação de terapia fágica, um conceito antigo anterior aos antibióticos, em que os vírus são usados ??para alvejar seletivamente patógenos bacterianos a fim de tratar infecções.
A terapia fágica pode ser um acréscimo útil a esse objetivo, adicionando precisão em nível de espécie ou mesmo subespécie à manipulação do microbioma. Além disso, o procedimento pode proporcionar uma manipulação mais sutil de populações de bactérias não patogênicas no intestino. O estudo completo pode ser acessado na Nature Microbiology.
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