SaĂșde

Proteção celular contra ômicron se mantém elevada com 2 doses de vacina de Covid, diz estudo

Por Notícias Ao Minuto

07/02/2022 às 09:03:23 - Atualizado hĂĄ

A aposta principal dos cientistas era para uma resposta protetora duradoura contra casos graves, hospitalizações e óbitos, gerada por células de memória capazes de controlar a infecção do organismo frente a um invasor.

Apesar de a ômicron gerar uma queda nos anticorpos neutralizantes produzidos após a vacinação, os imunizantes se mostraram até agora eficazes em proteger contra hospitalização e mortes por Covid, principalmente em indivĂ­duos com esquema vacinal primĂĄrio completo (duas doses ou dose Ășnica, no caso da Janssen) ou que receberam doses de reforço.

Agora, uma pesquisa divulgada recentemente comprova que a imunidade de memória, produzida por células de defesa, se mantém elevada contra a ômicron, assim como contra outras variantes.

O estudo, que conta com pesquisadores americanos e holandeses, foi divulgado na Ășltima quinta (3) no periódico especializado Science Immunology.

Para avaliar a resposta protetora após vacinação, os cientistas analisaram os anticorpos e células de defesa do tipo T (CD4+ e CD8+, responsĂĄveis por atacar patógenos e células infectadas) de 400 indivĂ­duos vacinados que receberam duas doses das vacinas Oxford/AstraZeneca, Moderna, Pfizer ou dose Ășnica da Janssen e 23 pessoas que tiveram Covid no passado (o chamado plasma convalescente).

Como os intervalos das vacinas são diferentes, as amostras de sangue foram coletadas logo após a segunda dose ou dose Ășnica (no caso da Janssen) e depois de seis meses da segunda dose.

Depois, os cientistas testaram em laboratório o sangue de 15 indivĂ­duos que receberam um dos tipos de imunizante para medir a capacidade de neutralização de diferentes cepas do vĂ­rus: a forma ancestral de Wuhan e as variantes beta, delta e ômicron.

Todas as vacinas exceto a Janssen apresentaram uma queda significativa dos anticorpos neutralizantes especĂ­ficos contra a chamada RBD, ou a região de domĂ­nio de ligação, que no coronavĂ­rus inclui a proteĂ­na S do Spike seis meses após a vacinação. Apesar de não ter uma queda assim tão pronunciada, as pessoas que receberam o imunizante da Janssen apresentavam um nĂ­vel de anticorpos menor em comparação aos demais imunizantes.

JĂĄ quando testado contra as diferentes cepas, o soro dos vacinados e dos indivĂ­duos recuperados apresentava uma maior redução na capacidade de neutralização contra a ômicron, confirmando os demais estudos que apontam para um maior escape vacinal dessa variante em relação às demais.

No entanto, todas as vacinas produziram células de defesa que reconhecem o vĂ­rus em quantidades elevadas. Mais importante, a proteção celular se manteve constante para todas as formas do vĂ­rus, incluindo contra a ômicron.

Além disso, os cientistas avaliaram a chamada reação cruzada, que pode ocorrer quando uma resposta protetora induzida contra uma forma do vĂ­rus consegue também agir contra as demais.

Para isso, foram analisados profissionais de saĂșde vacinados com a Janssen (15 pessoas) ou Moderna (9) que receberam uma dose de reforço da Pfizer cerca de trĂȘs meses depois da dose Ășnica da Janssen ou sete meses após as duas doses da Moderna.

Nesses indivĂ­duos, antes do reforço, foi verificada neutralização para as variantes beta e delta, mas contra a ômicron essa proteção foi menor. Um reforço com o imunizante da Pfizer, porém, conseguiu restabelecer essa proteção, além de proporcionar um aumento significativo nos anticorpos neutralizantes.

Até o momento, diferentes estudos mostraram como as vacinas utilizadas hoje não impedem a infecção pelo Sars-CoV-2, especialmente contra a ômicron, por isso ocorrem os chamados escapes vacinais. O esquema de proteção inicial, considerando duas doses das vacinas AstraZeneca, Moderna ou Pfizer, ou a dose Ășnica da Janssen, possuem redução na capacidade de neutralizar o vĂ­rus quando ele entra em contato com o organismo.

Porém, o estudo conseguiu demonstrar que a proteção contra casos graves se mantém, uma dĂșvida que se fazia presente com as vacinas atuais. De acordo com a pesquisa, "respostas especĂ­ficas de células T contra a ômicron foram afetadas minimante pelas mutações presentes na variante".

"A ação das células T confere proteção contra doença grave, mas ainda não foi possĂ­vel determinar se isto é suficiente na ausĂȘncia de uma resposta de anticorpos neutralizantes potente. Mais importante, uma dose de reforço com a BNT162b2 [Pfizer] levou ao aumento significativo de anticorpos neutralizantes especĂ­ficos contra a ômicron, inclusive naqueles indivĂ­duos que não possuĂ­am atividade protetora cruzada previamente."

"Ainda, o fato de a dose adicional restaurar e aumentar a capacidade de neutralização contra a ômicron reforça a necessidade imediata de campanhas para a dose de reforço. No futuro, reforços vacinais atualizados contra as novas variantes serão necessĂĄrios para implementar a resposta protetora contra vĂ­rus emergentes", completa o estudo.

Comunicar erro
Jornalista Luciana Pombo

© 2024 Blog da Luciana Pombo é do Grupo Ventura Comunicação & Marketing Digital
Ajude financeiramente a mantermos nosso Portal independente. Doe qualquer quantia por PIX: 42.872.330/0001-17

•   Política de Cookies •   Política de Privacidade    •   Contato   •

Jornalista Luciana Pombo