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água em marte

Aparentemente, Marte teve água por mais tempo do que pensávamos


Segundo uma revisão de informações coletadas pelo Mars Reconnaissance Orbiter (MRO), Marte só perdeu sua água líquida bem depois do que o consenso científico vinha dizendo. De acordo com os dados, sinais do “líquido da vida” foram identificados em sais minerais de aproximadamente dois bilhões de anos atrás.

Antes disso, pensava-se que a água havia evaporado do planeta vermelho há três bilhões de anos ou mais, mudando algumas compreensões que nós já tínhamos sobre a evolução de Marte ao longo das eras.

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Embora a presença antiga de água líquida em Marte já fosse comprovada, acreditava-se que ela havia sumido há bem mais tempo, mas novo estudo da Caltech sugere que o líquido permaneceu por mais anos do que o consenso apontava (Imagem: Pike-28/Shutterstock)

Há anos e anos, Marte tinha diversos corpos de água – alguns, bem imensos – percorrendo a sua superfície. Com o tempo, porém, a radiação solar e o campo eletromagnético do próprio planeta vermelho foram desgastando a sua atmosfera. Hoje, ela ainda existe, mas é tão fina que oferece virtualmente zero proteção contra os raios cósmicos do espaço.

O efeito imediato disso foi o desaparecimento da água líquida da superfície, que evaporou e deixou todo o planeta com o aspecto desértico e árido que conhecemos hoje.

No entanto, cientistas da Caltech, liderados pela estudante de doutorado Ellen Leask, revisaram cerca de 15 anos de informações do MRO, identificando a presença de vários tipos de sais de cloreto ao longo do hemisfério sul de Marte – especificamente, por toda uma parte rica em argila e altamente permeada por crateras de impacto.

Essas crateras, na verdade, é que foram essenciais para o estudo: quanto menos crateras uma área tem, mais jovem ela é. Por essa razão, o MRO conta com dois instrumentos bastante eficientes nesse tipo de análise: a Context Camera e o High-Resolution Imaging Experiment (HiRISE, na sigla em inglês).

O primeiro consiste de uma lente grande angular para imagens em preto-e-branco, enquanto o outro é uma câmera colorida com detalhamento tão rico que permite enxergar, do espaço, os rovers que a NASA tem na superfície do planeta vermelho.

O uso combinado dos dois instrumentos permitiu a Leask e equipe criarem mapas digitais de elevação de terreno, percebendo que muitos desses sais estavam localizados nas depressões de terra – pontos onde, antigamente, correspondiam a lagos. Aliando isso à contagem de crateras, o time foi capaz de estimar uma data para os sais, que pareciam ser mais novos do que o suposto “fim” deles indicavam anteriormente.

“O que é mais espetacular é o fato de que, depois de mais de uma década oferecendo imagens de alta resolução, bem como dados infravermelhos e estereoscópicos, o MRO ainda permite novas descobertas sobre a natureza e a evolução desses antigos lagos de sal conectados por rios”, disse Bethany Ehlmann, orientadora de doutorado, professora e co-autora do estudo.

O paper completo foi publicado no jornal científico AGU Advances, no fim de dezembro de 2021.

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