Postos de combustíveis de Porto Iguaçu, na Argentina, passaram a limitar a quantidade de abastecimento nas bombas para estrangeiros. A medida, que passou a valer ontem (quinta, 04) foi adotada após muitos brasileiros começarem a cruzar a fronteira para abastecer os carros. A travessia é feita pela Ponte Tancredo Neves, por Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná.
O abastecimento na Argentina é atrativo devido ao preço praticado no país vizinho – metade do valor cobrado no Brasil. O litro da gasolina do outro lado da fronteira custa, em média, R$ 3,15 para o consumidor. Isso porque o preço do combustível está congelado pelo governo do presidente Alberto Fernández. Além disso, economistas apontam que o poder aquisitivo da sociedade argentina caiu. Ou seja, o que para eles é caro, para o brasileiro não é, já que o câmbio é favorável perante o peso argentino.
Por esses motivos, o país vizinho estabeleceu a cota de 15 litros de combustível para veículos estrangeiros que abastecem em Porto Iguaçu, cidade com cerca de 80 mil habitantes. Ainda na fronteira com Foz do Iguaçu, pela Ponte Internacional da Amizade, muitos brasileiros também têm abastecido em Cidade do Leste, no Paraguai. No local, o litro da gasolina custa o equivalente a R$ 5,33, o que resulta na economia de um real em relação ao vendido no Brasil. Com a alta demanda de brasileiros e paraguaios, alguns postos ficaram desabastecidos nesta semana. Para organizar melhor o atendimento na cidade argentina, os postos também têm feito filas exclusivas para moradores e estrangeiros.
Conforme os motoristas, a espera nas filas do posto e da aduana pode passar de três horas. Mas, diante da economia, muita gente não se importa em esperar. Desde o começo do ano, no Brasil, a gasolina acumula alta de 73,4% em 2021. Foram onze aumentos de janeiro até agora.
O levantamento de preços da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) realizado na semana de 24 a 30 de outubro mostrou que o preço mais caro de gasolina comum pago no país foi de R$ 7,88 na cidade de Bagé, no Rio Grande do Sul. O preço mais barato do mesmo item foi R$ 5,36 no município de Florianópolis, em Santa Catarina.
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