Geral Ponta Grossa

Caminhoneiros se mobilizam para paralisação nacional

Por Da Redação

23/10/2021 às 15:17:36 - Atualizado há

A redução do preço do óleo diesel nas bombas a partir de uma nova política de preços da Petrobras é uma das principais reivindicações dos caminhoneiros que estão em estado de greve em todo o Brasil. Entidades que representam a categoria alegam que os sucessivos aumentos do combustível provocaram uma perda de renda significativa durante o ano e prometem paralisar as atividades no dia 1 de novembro, caso a pauta de reivindicações com oito itens principais não seja negociada.

O presidente do Sindicato das Empresas de Carga de Ponta Grossa (Sindiponta), Neri Leobe, disse ontem que o preço do diesel corresponde a 50% do faturamento do transportador autônomo: “Os outros 50% são para impostos, pedágios, pneus novos, manutenção do veículo e outros custos. Apenas 20% acabam sobrando para colocar comida na mesa”. Segundo o dirigente sindical, a região dos Campos Gerais tem 5,5 mil transportadores autônomos, sendo 3,6 mil de Ponta Grossa.

Leobe disse que “52% do frete são puxados por autônomos” e que “a greve deve impactar a "capital dos caminhões" por conta do grande número de indústrias, mas não é justo que um pai de família, que viaja para longe e dorme na cabine do caminhão, tenha que arcar com as consequências dos altos preços do óleo diesel. É preciso encontrar melhorias com sabedoria e humildade. Mas, se não houver soluções nos próximos dez dias, a categoria vai paralisar”.

Decisão nacional

A greve dos caminhoneiros foi decidida por lideranças nacionais em reunião em Brasília no dia 16 de outubro, quando também foi definida uma pauta de reivindicações. Dessa reunião participaram dirigentes da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Confederação Nacional de Trabalhadores de Transporte e Logística (CNTTL), Associação Nacional de Transportes do Brasil (ANTB) e Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Carga (CNTRC).

A pauta é composta por 16 reivindicações, das quais oito são consideradas prioritárias. O documento foi apresentado do Governo Federal e as entidades estabeleceram 15 dias para obterem uma resposta, sem a qual passariam a convocar a categoria para a greve. Até este final de semana não houve nenhuma manifestação sobre os pedidos formalizados pela categoria, mas o presidente Jair Bolsonaro já fez duas declarações anunciando medidas que beneficiam os caminhoneiros.

A primeira ocorreu na quinta-feira (21), quando Bolsonaro prometeu pagar um auxílio de R$ 400 para cerca de 750 mil caminhoneiros, para compensar os aumentos do diesel. O programa custaria R$ 3 bilhões e a fonte de onde sairá o dinheiro não foi revelada. Já a segunda, que também beneficia as transportadoras, foi sancionar a Lei 14.229, de 2021, que aumenta de 10% para 12,5% a tolerância para o excesso de peso por eixo de ônibus de passageiros e de caminhões de carga.

Auxílio de R$ 400

“O preço do combustível lá fora está o dobro do Brasil. Sabemos que aqui é um outro país, mas grande parte do que consumimos em combustível, ou melhor, uma parte considerável, nós importamos e temos que pagar o preço deles lá de fora. Decidimos, então, atender aos caminhoneiros autônomos. Em torno de 750 mil caminhoneiros receberão uma ajuda para compensar o aumento do diesel. Fazemos isso porque é através deles que as mercadorias e os alimentos chegam nos quatro cantos do país”, disse Bolsonaro.

Nenhuma das duas ações levou os caminhoneiros, por enquanto, recuarem na promessa de paralisação. Assim como não é possível afirmar se a greve será ou não deflagrada e se terá a adesão que os dirigentes imaginam. Como foram transcorridos apenas metade do prazo estabelecido pelas lideranças da categoria, é de se supor que ainda tem muita estrada pela frente até chegar a fatídica segunda-feira (1).

Principais itens de reivindicação dos caminhoneiros

* Defesa da Constitucionalidade do Piso Mínimo do Frete (Lei 13.703/2018)

* Retorno da Aposentadoria Especial aos 25 anos contribuição ao INSS

* INSS pago pelo caminhoneiro (PL 2574/2021)

* Preço da Paridade de Importação – PPI e a Petrobras

* Pontos de Parada e Descanso (Lei 13.103/2015)

* Exame Toxicológico

* Marco Regulatório do Transporte Rodoviário de Cargas – (PLC 75/2018)

* Jornada de Trabalho e a Fiscalização da ANTT

Fonte: DCMais
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