Política Amazonas

"Há desequilíbrio nessa conta", diz ex-secretário de Saúde do AM na CPI sobre aplicação de recursos federais

Por Jornalista Luciana Pombo

15/06/2021 às 11:42:49 - Atualizado há
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS – O ex-secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, presta depoimento nesta terça-feira, 15, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia no Senado Federal (SF). O ex-titular da Secretária de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) afirmou que a União aplica, historicamente, apenas 18% dos recursos federais no sistema de saúde do Estado e que estes recursos chegaram ao Amazonas “atrasados”.

“Como o Amazonas é sempre o primeiro a ser atingido [pelas alças epidemiológicas], quando os recursos a combate a Covid chegam, já chegam num momento em que há diminuição de taxas. O investimento foi feito em sua maior parte pelo governo do Amazonas, que tem uma uma rede [de saúde] 85% SUS dependente, onde apenas 82% é custeado por recursos estaduais e 18% por recursos federais”, disse Campêlo.

Quanto à aplicação de recursos, Marcellus detalhou que foram usados na contratação de recursos humanos, como a contratação de mais de 2 mil profissionais de saúde, de diversas especialidades. Foram adquiridos ainda medicamentos, como “kit intubação”, e outros insumos para a rede. “Fizemos tudo o que foi possível com os recursos que tínhamos. Nós ampliamos leitos, contratamos profissionais, adquirimos os insumos necessários”.

Marcellus pontuou ainda na primeira “onda” de infecções da doença no Estado, o Ministério da Saúde, sob gestão do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, enviou ao Amazonas cerca de 80 respiradores, sendo que 10 unidades apresentaram problemas. “Os respiradores que vieram, alguma parte deles com problemas, foram devolvidos, alguns eram inadequados [para uso]”, explicou o ex-secretário.

Convocação

Os requerimentos que pediram a convocação de Campêlo foram apresentados pelos senadores Marcos Rogério (DEM-RO) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE). Entre os assuntos sobre os quais será questionado está o colapso no sistema de saúde do Amazonas que teve início em janeiro deste ano, com falta de leitos e de oxigênio medicinal nos hospitais que recebiam pacientes com Covid-19. Campêlo também é investigado pela Polícia Federal (PF) sobre supostos desvios de dinheiro do combate à pandemia, a partir de uma organização criminosa que atuaria no Amazonas.

Este depoimento abre a agenda semanal da CPI, que ouvirá ainda o ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC-RJ), nesta quarta-feira, 16. Na quinta-feira, 17, quem depõe é o empresário Carlos Wizard.

Exoneração

Marcellus Campêlo esteve à frente da SES-AM até o dia 7 de junho. Ele mesmo pediu exoneração do cargo para “se dedicar também a provar sua inocência” na investigação da Polícia Federal que apura a reabertura do Hospital de Combate à Covid-19 da Nilton Lins, em 2021, e as acusações de superfaturamento no pagamento para uso do local como hospital de campanha na pandemia.

A pedido do governador, Wilson Lima (PSC), Marcellus Campêlo ainda permanece no governo como coordenador da Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE), responsável pelo Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus (Prosamim), órgão no qual ele atua desde o início da atual gestão, em 2019.

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