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Almirante Tamandaré

Baixa escolaridade ainda assombra cidades paranaenses: Almirante Tamandaré entre as que mais preocupam


Reprodução

Os números do Censo 2022 escancararam uma realidade preocupante para o estado do Paraná: em cinquenta cidades, mais da metade da população adulta tem baixa ou nenhuma escolaridade. Entre essas cidades, Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba, merece destaque pelo impacto social e pela sua relevância estratégica na economia regional.

O levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que 33,18% da população adulta de Almirante Tamandaré não concluiu sequer o ensino fundamental. O dado preocupa não apenas por comprometer o desenvolvimento pessoal e profissional de milhares de moradores, mas também por contribuir diretamente para a desigualdade social e o crescimento da violência urbana na cidade.

A face da desigualdade

Os dados mostram que a falta de acesso à educação é um problema estrutural no estado. Municípios como Doutor Ulysses (69,78%), Mato Rico (59,91%) e Sapopema (59,33%) apresentam percentuais alarmantes de pessoas sem escolaridade básica. Esses indicadores refletem um círculo vicioso: a falta de formação adequada impede o acesso a empregos melhores, mantendo uma parcela significativa da população na pobreza.

No caso de Almirante Tamandaré, a baixa escolaridade se reflete em estatísticas sociais preocupantes. A cidade tem altos índices de criminalidade, com tráfico de drogas, homicídios e feminicídios frequentes. O vínculo entre educação precária e violência urbana é bem documentado por diversos estudos: quanto menor o nível de escolaridade, maior a propensão para a vulnerabilidade social e para a inserção em atividades criminosas.

Falta de investimentos e políticas ineficazes

Almirante Tamandaré, apesar de estar na RMC e ser uma das cidades mais populosas do estado, carece de investimentos sólidos em educação. O governo municipal já foi alvo de diversas críticas pela falta de transparência na aplicação dos recursos destinados à educação. Programas de alfabetização e qualificação profissional são escassos, e escolas sofrem com infraestrutura precária e falta de professores qualificados.

Curiosamente, enquanto cargos políticos são ocupados por indicações sem critérios técnicos, como no recente caso de Manoel Franco, nomeado Diretor Geral da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente sem a escolaridade básica necessária, profissionais qualificados continuam enfrentando barreiras para acessar cargos públicos. O caso recente de uma técnica de enfermagem, impedida de assumir um cargo na Saúde por razões políticas, reforça a falta de critérios técnicos nas decisões do executivo municipal.

Como reverter esse cenário?

É necessário um compromisso real com a educação. O investimento em programas de educação de jovens e adultos (EJA), a expansão de cursos profissionalizantes e a melhoria da infraestrutura escolar são medidas urgentes. A falta de escolaridade não é apenas um problema individual, mas um entrave ao desenvolvimento do estado como um todo.

O problema da educação no Paraná é um retrato de um descaso histórico, e Almirante Tamandaré, como um dos epicentros dessa realidade, precisa urgentemente de soluções concretas. Sem um esforço sério por parte do poder público, a cidade continuará refém de uma política que privilegia poucos e abandona muitos.

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