Em mais um dia de protestos contra o arrocho ultraliberal na Argentina na Ășltima quarta-feira (12), o governo Milei, de extrema direita, colocou em ação as medidas de repressão previstas no protocolo de segurança da ministra Patricia Bullrich contra os manifestantes.
GĂĄs lacrimogĂȘneo foi utilizado contra a população que protestava desde a manhã na Praça do Congresso, durante votação no Senado o projeto conhecido como Lei de Bases, pacote de medidas ultraliberais que Milei tenta aprovar desde o inĂcio de seu mandato.
Entre os feridos estão cinco deputados do partido de esquerda União Pela PĂĄtria (UxP), que estavam no protesto. O deputado Carlos Castagneto foi um dos mais afetados e teve de ser levado para a enfermaria da Câmara dos Deputados. Depois, junto com outros quatro colegas de partido, foi levado para o hospital Santa LucĂa.
Militantes kirchneristas, integrantes da Confederação Geral do Trabalho (CGT), lĂderes de esquerda e organizações sociais, engrossam o protesto pela rejeição ao projeto da Lei de Bases.
O secretĂĄrio adjunto dos caminhoneiros e integrante da coordenação da CGT, Pablo Moyano, fez um apelo aos senadores para que rejeitem a Lei de Bases. "Esperemos que a consciĂȘncia dos senadores, que vĂȘm com os votos dos trabalhadores, defenda os direitos dos trabalhadores". O sindicalista denunciou o governo de Javier Milei por "pressionar" os governadores por meio da concessão de obras pĂșblicas "para obter o voto de que precisam".
Carla Gaudensi, secretĂĄria geral da Federação Argentina dos Trabalhadores de Imprensa (Fatpren na sigla em espanhol) fez um apelo aos senadores e senadoras para que "não entreguem a pĂĄtria, não privatizem as empresas do Estado, porque são fundamentais para garantir nossa soberania".
"Vamos estar aqui nas ruas para mostrar que o povo argentino não pode permitir que essa Lei de Bases prospere porque Ă© em detrimento de todos e todas nós."
Lei de Bases do governo Milei
O governo conseguiu o quórum para debater a Lei de Bases no Senado, em sessão que teve inĂcio às 10h com 37 senadores. No esforço para conseguir a aprovação, o Executivo anunciou algumas mudanças: a empresa AerolĂneas, os Correios e a Rede de Televisão Argentina (RTA), veĂculo de comunicação pĂșblica, foram retirados da lista de privatizações propostas no projeto.
Na tarde desta quarta, o governador da provĂncia de Buenos Aires, Axel Kicillof se manifestou contra a Lei de Bases, que classificou como um perda da soberania, do patrimônio e da possibilidade de que as e os bonaerenses [nascidos na região metropolitana e na ProvĂnicia de Buenos Aires] "possam construir um futuro melhor."
"Não hĂĄ um só artigo no projeto que estĂĄ sendo debatido no Congresso que beneficie nosso povo, a produção ou a indĂșstria. Ademais, pretende dar superpoderes ao governo para aprofundar suas polĂticas de ajuste e destruição", postou Kicillof em seu perfil na rede social X, antigo Twitter.
ICL NotĂcias