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Primeira escola cívico-militar da rede municipal do Litoral já alcança resultados, em Pontal do Paraná

Criado no governo de Jair Bolsonaro com a meta de aumentar a média do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) das escolas, o modelo de colégios cívico-militares foi descontinuado no atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva, mas mantido pelo governo estadual do Paraná.


Criado no governo de Jair Bolsonaro com a meta de aumentar a média do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) das escolas, o modelo de colégios cívico-militares foi descontinuado no atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva, mas mantido pelo governo estadual do Paraná. De acordo com a Secretaria de Estado da Educação (SEED), o Programa Colégio Cívico-Militares, no Paraná, regido atualmente com base na Lei 21327/2022, "tem por objetivo ofertar uma educação básica de qualidade, o desenvolvimento de um ambiente escolar adequado que promova a melhoria do processo de ensino-aprendizagem, a gestão de excelência dos processos educacionais, pedagógicos e administrativos e o fortalecimento de valores humanos e cívicos".

Panorama


Em todo o Paraná, 312 escolas da rede estadual aderiram ao programa, até o momento. As unidades somam 190.144 alunos do Ensino Fundamental 2 (6º ao 9º ano), Ensino Médio e profissionalizante. Mas está em Pontal do Paraná a primeira escola municipal do Litoral a adotar o modelo. A Escola Municipal Ezequiel Pinto da Silva, localizada no Jardim Canadá, tem quase 600 alunos, do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental 1. A implantação do modelo cívico-militar foi aprovada por 241 votos favoráveis e 14 contrários, em agosto do ano passado, e teve a implementação no ano letivo de 2024, iniciado no último mês de fevereiro.

"Como professora há mais de 25 anos eu vejo que tudo que tem disciplina fica mais fácil. A partir do momento em que o aluno adquire a disciplina, ele aprende melhor, ele vai levar para a sua vida tudo o que for de bom, fora dos portões daqui. Por isso que fui muito a favor da escola militar, o modelo só veio a agregar para toda a comunidade", diz a diretora-pedagógica da escola, Silvana Costa de Souza, em conversa com o JB Litoral.

Diretora Silvana Costa de Souza afirma que modelo cívico-militar já tem dado resultados. Foto: Rafael Pinheiro/JB Litoral

Mudanças


Instalada em uma área de vulnerabilidade social, a escola registrava muitos casos de conflitos entre alunos. Contudo, em poucos meses, a situação mudou completamente, segundo a diretora.

"A visão de fora já é outra em relação à segurança. Nós temos um militar, daqui a pouco teremos dois militares aqui dentro para o trabalho fluir melhor ainda. Cuidamos da parte pedagógica e eles da disciplina, com os conceitos militares. Então, com os alunos mais disciplinados, professores e pedagogos conseguem desempenhar suas funções com maior qualidade e os alunos têm melhor rendimento escolar", afirma Silvana.

Segundo a docente, embora o modelo esteja em funcionamento há menos de três meses, as mudanças já são perceptíveis. "Tivemos uma redução de, em média, 70 a 80% dos pequenos acidentes, porque tinha muito empurra-empurra durante as brincadeiras no intervalo. Hoje, eles continuam brincando, mas é tudo mais moderado. O respeito com os colegas também está acontecendo bastante e a ideia é que, a longo prazo, a gente consiga sanar o problema do bullying", detalha a diretora.

Adaptando o modelo aos pequenos


Acostumado a lidar com alunos mais velhos (dos 12 aos 18 anos), o diretor-militar da escola, Valtencir Antunes, subtenente da reserva (aposentado) da Polícia Militar, conta que teve de adaptar o modelo às crianças de menos idade, de 6 a 10 anos.

"É uma equipe muito boa aqui da escola, a aceitação foi muito grande da comunidade e a gente tenta ajudar da melhor maneira possível. Poder fazer a ordem unida [vários comandos militares que ajudam na formação de filas, continência aos "superiores", hora do descanso, honra à bandeira etc.] entre todos, desde os pequenininhos, às turmas com alunos PCDs e autistas, é maravilhoso. Eles ajudam a fazer toda a parte cívico-militar e adoram", ressalta o militar, que já tem formação para lecionar a alunos maiores (já lecionou no Colégio da Polícia Militar em Curitiba) e, agora, é acadêmico de Pedagogia, para se capacitar ainda mais a lidar com as crianças do ciclo 1 do Ensino Fundamental.

"A disciplina é trabalhada de uma forma muito tranquila junto com a equipe pedagógica. Não é dado nenhum grito, é tudo conversado com eles, só que tem as regras. E sempre estamos conversando com eles sobre essas regras, para irem seguindo. Nós também falamos diariamente sobre a questão da não violência e fazemos a mediação de conflitos. Como incentivo, damos medalhas e certificados aos que vão melhorando o comportamento", finaliza.


Pais felizes


Morador do balneário Canoas, Roberto Stelmacki Junior, que é oficial do Exército na reserva e empresário, é pai de uma aluna do 2º ano da Escola Municipal Ezequiel Pinto da Silva. Ele relata que já percebe a diferença na instituição em que a filha estuda desde o ano passado.

"Por ser militar sempre fui um grande entusiasta da metodologia cívico-militar. Fomos apoiadores da implantação deste modelo para o Colégio Estadual Hélio, assim como também apoiamos que a Escola Municipal Ezequiel fosse transformada em CCM. Estamos muito felizes e satisfeitos, observando a cada dia as transformações em nossos alunos", afirma ao JB Litoral.

Roberto também conta que pensou em tirar a filha da escola, mas que mudou de ideia após a aprovação do modelo pela comunidade. "Em 2023 chegamos a pensar na sua transferência para uma escola privada, porém, a notícia da conversão para o modelo cívico-militar nos deixou empolgados e a nossa Maria ficou no Ezequiel. E podemos afirmar que a cada dia está mais evoluída, os comportamentos vem se tornando ainda melhores. Ela ama a disciplina militar, sabe todos os comandos da ordem unida, e ficou muito feliz por ser 'chefe de turma', bem como emocionada ao receber sua primeira medalha de reconhecimento estudantil", completa o pai da aluna.

Roberto Stelmacki Junior é pai de uma das quase 600 crianças alunas da Escola Municipal Ezequiel Pinto da Silva; ele aprova o modelo. Foto: Rafael Pinheiro/JB Litoral

Mais disciplinas


A próxima mudança na escola será a implementação de mais três disciplinas: Cidadania e Civismo, Capoeira e Literatura. Segundo a direção da unidade, a grade de horários já está pronta e no aguardo do consentimento do Núcleo Regional de Educação para ser efetivada.

JB Litoral

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