SaĂșde

Estudo revela que hábitos da vida urbana impactam a saúde dos pés

Por Olhar Digital

10/08/2021 às 15:15:20 - Atualizado hĂĄ

A ciĂȘncia afirma que pés fortes são a chave para uma vida com menos dores e lesões. Recentemente, pesquisadores da USP ampliaram essa constatação e revelaram que hĂĄbitos da vida urbana – como o uso contĂ­nuo de sapatos, a correria do dia-a-dia e a falta de exercĂ­cios regulares – prejudicam a saĂșde dos pés. Para evitar problemas futuros, os especialistas recomendam andar descalço (sempre que possĂ­vel) e praticar treinamentos especĂ­ficos para fortalecer a musculatura dos membros inferiores. Pensando nisso, eles desenvolveram um programa online de exercĂ­cios, pĂșblico e gratuito, para auxiliar as pessoas a buscarem melhor qualidade de vida.

De acordo com o jornal o Globo, os pés são os principais amortecedores do corpo. Para sustentar toda a carga da estrutura fĂ­sica, parada ou em movimento, eles possuem uma estrutura complexa: com 118 ligamentos, 33 articulações, 26 ossos, 21 mĂșsculos intrĂ­nsecos (no dorso e na planta) e 11 mĂșsculos extrĂ­nsecos (localizados na parte de trĂĄs).

A tĂ­tulo de comparação, quadril, coxa e perna somados tĂȘm 5 ossos, 4 articulações, 47 mĂșsculos e 50 ligamentos aproximadamente. Mesmo assim, os pés são relegados a segundo plano pela maioria das pessoas, que dificilmente pensam em exercitĂĄ-los especificamente. Desse modo, cientistas alertam que, com o passar dos anos, os mĂșsculos dão lugar à gordura, por mais magro que pareça o pé, e isso pode reduzir consideravelmente a qualidade de vida.

Pesquisadores da USP indicam que andar descalço e praticar exercĂ­cios especĂ­ficos para fortalecer a musculatura dos pés traz inĂșmeros benefĂ­cios para o corpo. Créditos: Shutterstock

Um novo estudo, executado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), indica que os hĂĄbitos da vida urbana são os maiores vilões para a saĂșde dos pés. Isso porque, na correria do dia-a-dia, as pessoas passam muito tempo com calçados apertados, o que prejudica a liberdade de movimento dos membros e os enfraquecem.

"Calçados apresentam estruturas rĂ­gidas e amortecedoras que, com o uso constante, atrofiam os pés. Na verdade, eles são melhores amortecedores do que qualquer tĂȘnis que prometa maravilhas da tecnologia, mas que não passa de marketing", explica Isabel Secco, professora e coordenadora do Laboratório de Biomecânica do Movimento e Postura Humana, da Faculdade de Medicina da USP (Labimph/FMUSP).

Nesse sentido, ela recomenda que as pessoas procurem andar descalças o maior tempo possĂ­vel, bem como optem por usar sapatos minimalistas – que agregam praticidade e conforto – como as sapatilhas e tĂȘnis de solados flexĂ­veis.

Além disso, Secco revela que outro grande problema para os pés estĂĄ em não exercitar especificamente essa ĂĄrea do corpo – ou sequer praticam exercĂ­cios. Segundo ela, o treinamento para fortalecer os membros inferiores é determinante para evitar lesão em corredores ou queda em idosos, por exemplo. Mesmo para quem não corre ou ainda é jovem, existem inĂșmeros ganhos dos exercĂ­cios terapĂȘuticos para a diminuição de dores, ainda mais para os sedentĂĄrios.

"As pessoas pensam que cuidam dos pés, mas, geralmente, apenas tratam bolhas e mantĂȘm cuidados estéticos. É preciso bem mais do que isso", completa a professora.

Programa de fortalecimento para os pés

Colocar os pés "em forma" é muito mais fĂĄcil do que parece, dizem os pesquisadores da USP. O programa de treinamento direcionado desenvolvido pela equipe – que é gratuito e estĂĄ disponĂ­vel para Android ou no site – recomenda trĂȘs sessões por semana, de 20 minutos cada, com exercĂ­cios simples e que não requerem equipamentos especiais.

Os cientistas acompanharam pessoas propensas a desencadear disfunção nos pés, como atletas e idosos, para verificar o impacto da rotina de exercĂ­cios especĂ­ficos. Através de imagens de ressonância magnética, o treinamento se mostrou eficaz na diminuição das lesões em ambas as situações, além de indicar um significativo aumento de volume na musculatura. A metodologia jĂĄ foi adotada em Alemanha, Holanda e Polônia para tratar pés de diabéticos, altamente suscetĂ­veis a lesões.

O estudo indicou ainda que os corredores não só sofreram menos lesões após algum tempo de treinamento para os pés como também ganharam mais impulsão vertical. Ao melhorar a função dos membros, o treino também impactou positivamente a biomecânica da corrida.

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Fonte: Olhar Digital
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