Comissionado de Tomazina teria dirigido com CNH suspensa e carro furtado

A Lei da Ficha Limpa tem seus limites para ser aplicada no Paraná. Aprovada na Assembleia Legislativa, ela prevê que qualquer cargo comissionado só possa ser nomeado se o funcionário não tiver qualquer tipo de condenação. Entre os crimes que não podem ser cometidos estão o de improbidade administrativa e estelionato, crimes ambientais e contra a saúde pública. Municípios como Curitiba também fizeram legislações próprias para impedir que aventureiros e criminosos tomem assentos públicos. Mas a legislação ainda tropeça em várias questões como: condenação ou investigação, quais tipos penais, crimes contra a mulher podem ser tolerados? Enquanto não se tem uma certeza sobre o tema, não são raras as prefeituras que sambam em cima da questão, com funcionários condenados sem ser exonerados.

Em Tomazina, chegou para a equipe o caso do advogado Eduardo Couto Alferes, que não tem condenações, mas tem indicações criminais na ficha. Apesar disso, ele não é questionado e ocupa o cargo de assessor jurídico comissionado da Secretaria de Administração e Finanças da cidade. Ele também é comerciante e possui uma microempresa do ramo de bebidas registrada em seu nome.

Nos boletins de ocorrência que tivemos acesso, um chamou a atenção por ser ele o motorista de um veículo que teria sido furtado e que estaria adulterado. Ele foi enquadrado no boletim de 2022 por receptação de veículo furtado. O detalhe é que ele também não poderia estar dirigindo porque estava com a CNH (Carteira Nacional de Habilitação Suspensa). Quando solicitado, ele teria tentado "carteirar", apresentando apenas a OAB. De qualquer forma, foi selecionado para compor a equipe do atual prefeito de Tomazina, Flávio Zanrosso.