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Venezuelanos vão às ruas para celebrar derrota de golpe contra Chávez em 2002: 'Não esquecer'

Música, festa e um dia de sol bem quente.

Por Da Redação

13/04/2024 às 18:24:40 - Atualizado há

Música, festa e um dia de sol bem quente. Foi assim que manifestantes de diferentes regiões da Venezuela se reuniram em Caracas neste sábado (13) para lembrar os 22 anos do golpe contra o ex-presidente Hugo Chávez.

O ato saiu da avenida Libertador e terminou no Palácio Miraflores, sede do governo venezuelano. Segundo o formador do Ministério das Comunas Thor Marques, um dos principais objetivos da manifestação é manter a memória daquele dia viva na lembrança dos venezuelanos:

"Para nós, é uma bandeira: lembrar é não se esquecer. Principalmente em relação aos reais interesses da direita sobre o poder político da Venezuela. Depois de tanto tempo de trabalho revolucionário, ainda estamos sob ataque e essa marcha tem peso por mostrar a expeessão popular", disse ao Brasil de Fato.


Milhares de venezuelanos ocuparam o centro de Caracas e marcharam até o Palácio Miraflores / Lorenzo Santiago

O ato reuniu milhares de chavistas que marcharam pela avenida Urdaneta, no centro da capital. Núcleos do Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV) de diferentes cidades venezuelanas, militares e militantes da milícia bolivariana - grupo formado em 2009 que complementa as Forças Armadas do país - caminharam com músicas que lembravam do dia em que Chávez retomou o poder depois de ser preso por militares insurgentes e pela oposição.

O cientista político David Gomez Rodrigues tinha apenas 12 anos quando o golpe aconteceu. Apesar de ser uma criança na época, ele afirma lembrar do quão "pesada" foi a campanha da mídia na época contra o governo.

"Esse momento deixou uma lição para nós em relação ao papel dos meios de comunicação. Foi o primeiro exercicio de fake news generalizada que para executar um golpe no país. Esse momento então acendeu uma luz para um novo discurso político em relação à comunicação. A partir daí, o processo revolucionário mudou a forma de participar nos jornais, rádios e televisões, se fez mais presente e fortaleceu a voz do povo nesses espaços", afirma ao Brasil de Fato.


"Lembrar é não esquecer", afirmaram manifestantes que celebravam derrota de golpe de 2002 / Lorenzo Santiago

Hoje com 34 anos, ele foi com sua família às ruas para lembrar o que considera um "marco" para o povo venezuelano. "Pela primeira vez na história da Venezuela e talvez da humanidade, o povo recupera um presidente por meio da mobilização popular em uma confluência cívico-militar que formou um projeto de país", afirma.

Os discursos dos manifestantes também tinham um caráter geopolítico pelo contexto da disputa de narrativas em torno das eleições venezuelanas de 2024. Para o militante Jordan Molina, a mobilização em um dia histórico é importante para mostrar apoio ao "projeto anti-imperialista" do presidente Nicolás Maduro.

"Mesmo 22 anos depois temos que marchar contra a interferência estrangeira aqui. Naquele dia o interesse dos Estados Unidos estavam muito claros e, duas décadas depois, estamos lidando com o mesmo tipo de postura", disse Molina.

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