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Cartão fraudado: assessores de Bolsonaro acusados ganharam R$ 500 mil em 6 meses

Com Igor Mello Quatro assessores de confiança do ex-presidente Jair Bolsonaro, indiciados com ele por envolvimento no esquema de fraude em cartões de vacina contra a Covid-19, receberam juntos ao menos R$ 493,9 mil em salários, com dinheiro público, entre agosto de 2023 e janeiro de 2024, segundo levantamento da coluna realizado em portais da transparência.

Por Da Redação

20/03/2024 às 15:44:42 - Atualizado há
Foto: Reprodução internet

Com Igor Mello

Quatro assessores de confiança do ex-presidente Jair Bolsonaro, indiciados com ele por envolvimento no esquema de fraude em cartões de vacina contra a Covid-19, receberam juntos ao menos R$ 493,9 mil em salários, com dinheiro público, entre agosto de 2023 e janeiro de 2024, segundo levantamento da coluna realizado em portais da transparência.

Mauro Cid, Sergio Rocha Cordeiro e Max Guilherme Machado de Moura foram presos em maio do ano passado por envolvimento no caso, enquanto Marcelo Costa Câmara foi preso em fevereiro deste ano, acusado pela PF de estar envolvido no planejamento de um golpe de Estado.

Cid, Cordeiro e Moura foram colocados em liberdade em setembro e são monitorados até agora por tornozeleira eletrônica. Cid confessou sua participação no esquema para fraudar o sistema de saúde. No caso de Câmara, a PF aponta uma série de dados que demonstram como ele auxiliou o ex-ajudante de ordens no caso. Câmara permanece preso.

Além disso, segundo as investigações, os assessores de Jair Bolsonaro que o acompanharam após a saída da presidência da República emitiram cartões de vacinação fraudulentos na véspera de diferentes viagens que fizeram para atuar na segurança do ex-presidente nos EUA do fim de dezembro de 2022 até março de 2023. Na colaboração premiada, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, afirmou que os certificados falsos serviam para “viagens”. Cid recebeu R$ 113,5 mil em salários como coronel do Exército.

No caso de Max Guilherme, a PF verificou que ele obteve, pela primeira vez, no “Conecte Sus” um registro com dados falsos no dia 26 de dezembro de 2022. No dia seguinte, 27 de dezembro de 2022, ele viajou aos EUA para aguardar a chegada de Bolsonaro que ocorreria três dias depois. Ele retornou ao país no fim de janeiro e, novamente, em 13 de março de 2023, viajou para acompanhar o ex-presidente.

No entanto, uma semana antes, no dia 8 de março do ano passado, obteve outro certificado falso de vacina, segundo os registros de acesso do sistema de saúde. Max é sargento da Polícia Militar do Rio e, mesmo cedido, recebeu R$ 63,4 mil da PM. Ele ainda ganhou mais R$ 34,6 mil para assessorar Bolsonaro.

Já o capitão do Exército Sérgio Cordeiro emitiu cinco atestados falsos de vacinação entre dezembro de 2022 e março de 2023. O “Conecte Sus” registrou acesso de Cordeiro no dia 23 de dezembro de 2022 para acesso a um cartão falso de vacinação. Ele viajou para os EUA com Bolsonaro, alguns dias depois, em 30 de dezembro.

Um mês depois, Cordeiro emitiu novo certificado, quando retornou ao Brasil. O procedimento se repetiu em 13 de março, quando foi uma vez mais cuidar da segurança de Bolsonaro na Flórida, já que o ex-presidente ainda estava fora do país.

Cordeiro foi o que mais recebeu entre os assessores de Bolsonaro, um total de R$ 162,7 mil — R$ 88,3 mil como militar e outros R$ 74,3 mil como assessor do ex-presidente.

Pelo uso dos certificados ilegais, todos eles foram indiciados pela prática do crime de uso de documento falso. Além disso, Cid e Câmara foram indiciados pela prática do crime de inserção de dados falsos em sistema de informações. Todos também foram indiciados por associação criminosa.

Marcelo Costa Câmara recebeu ao menos R$ 114,9 mil no período analisado pela reportagem. O valor se refere aos seus pagamentos como militar da reserva — os valores recebidos por ele como assessor de Bolsonaro, posto que ocupou até outubro de 2023, não foram localizados pela reportagem no Portal de Transparência da União.

PF cobrou valores de Anderson Torres

A PF fez um processo administrativo disciplinar (PAD) contra Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, e determinou a devolução do salário e dos valores de auxílio-alimentação do período em que ele esteve preso no ano passado, entre janeiro e maio de 2023. No total, foi pedido um valor de R$ 87 mil. Torres entrou com um recurso na Justiça Federal de Brasília e conseguiu uma suspensão da determinação de devolução dos valores.

Defesa Jair Bolsonaro

O advogado Paulo Bueno que atua na defesa de Bolsonaro peticionou junto ao STF questionando o vazamento de dados do relatório policial para a imprensa alegando que pediu cópias do procedimento e foi informado pelo cartório responsável de que o mesmo não havia tomado ciência ainda do despacho do ministro. Por isso, solicitou esclarecimentos.

Defesa de Cordeiro e Câmara

O advogado Luiz Eduardo Kuntz emitiu nota nesta terça-feira (19) pedindo acesso à colaboração de Cid e de outros dados que, segundo ele, ainda não foram cedidos à defesa.

“Somente apos ter acesso integral a esses elementos e que a Defesa ira se manifestar de forma mais completa e assertiva, acreditando ser possivel, sempre com o devido acatamento, demonstrar os equivocos que permearam a interpretac?a?o da autoridade policial para o indiciamento dos investigados, o que, certamente, desaguara na ause?ncia de elementos para que o procurador-geral da República ofereça denúncia”, informa Kuntz, por nota.

Fonte: ICL Notícias
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