Ex-assessor especial de Jair Bolsonaro (PL) e coronel da reserva do Exército, Marcelo Costa Câmara poderĂĄ fechar acordo de delação premiada. É o que garante o advogado Eduardo Kuntz.
Em entrevista à CNN Brasil, Kuntz afirmou que Câmara estĂĄ "aberto a ouvir" propostas para uma possĂvel colaboração com as investigações, que correm na PolĂcia Federal (PF).
Segundo o advogado, Câmara aguardaria apenas uma nova oitiva na PF "para que possam ser dados os esclarecimentos e falar sobre isso [delação], caso seja de interesse da autoridade policial, membros da Procuradoria [Geral da RepĂșblica], ou do próprio ministro [do Supremo Tribunal Federal] relator".
No dia 22 de fevereiro, Câmara chegou a comparecer à PF para prestar depoimento juntamente com demais investigados, inclusive o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Na ocasião, no entanto, o coronel se manteve em silĂȘncio, uma vez que não estava com o advogado. Isso porque Eduardo Kuntz acompanhava o depoimento de outro cliente, o também investigado Tércio Arnaud Thomaz.
De acordo com Eduardo Kuntz, jĂĄ foi pedida no Supremo Tribunal Federal (STF) uma data para um novo depoimento de Câmara. A Corte, porém, ainda não decidiu sobre o caso.
Câmara foi preso preventivamente durante a Operação Tempus Veritatis, deflagrada no dia 8 de fevereiro. O coronel é alvo das investigações da PF que investigam a tentativa de golpe de Estado.
Segundo as investigações, Câmara é acusado de ter monitorado os deslocamentos do ministro Alexandre de Moraes, do STF. O coronel também estaria envolvido no extravio e venda das joias do acervo da PresidĂȘncia da RepĂșblica.
As investigações da PF revelaram que o general Augusto Heleno, além do tenente-coronel Mauro Cid e do coronel Marcelo Câmara, formavam um dos seis nĂșcleos golpistas. O trio atuava no grupo de "InteligĂȘncia Paralela".
Antes de ser preso, Câmara estava contratado pelo Partido Liberal (PL) para atender o ex-presidente Jair Bolsonaro. A remuneração é de R$ 18,5 mil.