O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), investigado por envolvimento na chamada "Abin paralela", permanece na comissão do Congresso Nacional que fiscaliza as atividades de inteligência.
O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), investigado por envolvimento na chamada "Abin paralela", permanece na comissão do Congresso Nacional que fiscaliza as atividades de inteligência. Segundo informações da Folha de São Paulo, o parlamentar não enfrenta pressão para deixar a Comissão Mista de Controle de Atividades de Inteligência.
Nesta terça-feira (27), Ramagem, que foi Diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) no governo Jair Bolsonaro (PL), deve prestar depoimento à Polícia Federal sobre o caso, em Brasília. A casa e o gabinete dele na Câmara foram alvo de busca e apreensão da PF em 25 de janeiro.
Ramagem é investigado pelas suspeitas de que, durante sua gestão, a Abin foi utilizada para espionar pessoas ilegalmente e levantar informações privilegiadas para Bolsonaro e seus filhos.
Integrantes da Comissão Mista de Controle de Atividades de Inteligência (CCAI), no entanto, afirmam que Ramagem deve continuar no colegiado, com a prerrogativa de ter acesso a todas as informações sigilosas recebidas pelo colegiado e sessões fechadas.
Em outubro, Ramagem participou da sessão secreta em que o atual diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, foi ouvido sobre as suspeitas de espionagem envolvendo a agência no governo Bolsonaro.
A alegação dos parlamentares é de que, por não ter perdido nenhuma das prerrogativas do mandato, Ramagem só poderia sair da CCAI por opção própria ou decisão judicial.
A Comissão Mista de Controle de Atividades de Inteligência é formada por 12 parlamentares. Alexandre Ramagem foi indicado para o colegiado pelo Eduardo Bolsonaro (PL-SP), líder da minoria na Câmara no ano passado.
Deputados e senadores próximos a Ramagem afirmam que ele avalia deixar a CCAI. A informação é da Folha de São Paulo.
No mês passado, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL–RJ) foi alvo de busca e apreensão da Polícia Federal na Operação Vigilância Aproximada. Essa investigação apura a existência de uma organização criminosa que se instalou na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) com o intuito de monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas, utilizando-se de ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial.