Alvo de uma nova onda de acusações da extrema-direita, o padre Julio Lancellotti, da Pastoral do Povo de Rua de São Paulo, foi às redes sociais dizer que recebe "com serenidade e paz de espírito" a informação de que a Arquidiocese de São Paulo não arquivou as investigações após denúncias de vereadores da capital paulista sobre suposto abuso sexual, e voltou a afirmar que as acusações são falsas.
Uma publicação compartilhada por Julio Renato Lancellotti (@padrejulio.lancellotti)
Assim como em outros momentos em que foi alvo de ataques da extrema-direita, o pároco recebeu apoio de milhares de pessoas de diversas partes do país, entre elas os parlamentares Guilherme Boulos e Sâmia Bomfim, ambos deputados federais pelo PSOL-SP.
Relembre o caso
Em janeiro, o presidente da Câmara Municipal de São Paulo, o vereador Milton Leite (União Brasil), enviou à Arquidiocese um vídeo de cunho sexual, sem autenticidade comprovada, relacionando-o ao padre Julio Lancellotti. O vídeo circulou pelas redes sociais em meio à tentativa de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o trabalho de lideranças que atuam em prol da população de rua, especialmente o padre.
A proposta de CPI foi articulada pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil), vinculado ao "Movimento Brasil Livre" (MBL). Nunes alega que o padre faria parte de uma "máfia da miséria" no centro de São Paulo. Diante de uma grande repercussão negativa, muitos vereadores manifestaram recuo e desistência no apoio à CPI.