Política Sergio Moro

Se cassado, Moro fica FORA de eleições até 2030 (entenda o caso)

Por NP Diario

29/01/2024 às 13:32:02 - Atualizado há

Além de perder o mandato, o senador Sergio Moro (fotos da última visita ao Npdiario; link no final desta matéria) , que é do partido União Brasil, pode ficar inelegível por oito anos caso saia derrotado na ação em trâmite na Justiça Eleitoral desde o final de 2022.O caso pode ir a julgamento no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Paraná antes de março, mas só deve ter um desfecho no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), já que há possibilidade de recurso para Brasília contra a decisão da corte regional.

Resultado de representações movidas pelo PL e pelo PT, a ação aponta principalmente suposto abuso de poder econômico durante a pré-campanha de Moro ligada ao pleito de 2022. Na visão desses partidos, o ex-juiz da Operação Lava Jato teria feito gastos excessivos antes da campanha formal, o que desequilibrou a disputa entre os concorrentes. Entretanto, Moro nega.

Se a Justiça Eleitoral julgar procedente a ação e entender que houve abuso de poder econômico, as consequências seriam a cassação da chapa (ou seja, a perda do mandato) e a inelegibilidade por oito anos, contados desde o pleito de 2022. Ou seja, Moro ficaria "ficha suja" até o ano de 2030.
Isso está previsto em trecho da Lei das Inelegibilidades (lei complementar 64/1990), alterada em 2010 pela Lei da Ficha Limpa (lei complementar 135/2010).Ali, está definido que são consideradas inelegíveis todas aquelas pessoas que tenham sido alvo de "representação julgada procedente pela Justiça Eleitoral, em decisão transitada em julgado [quando não cabe mais recurso] ou proferida por órgão colegiado, em processo de apuração de abuso do poder econômico ou político, para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se realizarem nos oito anos seguintes".

Mas, mesmo se a corte regional julgar procedente a ação, a cassação do mandato e a inelegibilidade podem ser suspensas por um recurso ao TSE.

Com isso, ele poderá sair do Senado e se tornar "ficha suja" somente após a decisão da corte máxima da Justiça Eleitoral.

Uma das consequências, se a chapa encabeçada por Moro for derrubada, é a realização de uma nova eleição no Paraná para a cadeira no Senado.

De acordo com trecho do Código Eleitoral, a "decisão da Justiça Eleitoral que importe o indeferimento do registro, a cassação do diploma ou a perda do mandato de candidato eleito em pleito majoritário acarreta, após o trânsito em julgado, a realização de novas eleições".

Por´ém, no final do ano passado, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que, em casos assim, a cadeira fica vazia até a realização da eleição suplementar. Ou seja, o segundo mais votado não assume provisoriamente a vaga.

Paulo Martins, com 29,12% ficou em segundo e Álvaro Dias (Podemos), em terceiro, com 23,94%. Outros seis candidatos também estavam na disputa.

Portaria do TSE publicada no final do ano passado reservou oito datas no calendário de 2024 para eventuais eleições suplementares no país.

São seis datas de janeiro a junho e outras duas datas em novembro e dezembro. Assim, as eleições suplementares não esbarram na eleição que vai definir novos prefeitos e vereadores em todo país, cujo pontapé inicial oficial é no mês de julho, quando começam as convenções partidárias.

Mesmo sem decisão da Justiça Eleitoral sobre o caso Moro, a possibilidade de uma eleição suplementar já tem despertado uma corrida entre políticos interessados na vaga do ex-juiz da Lava Jato.

Já são pré-candidatos à eventual vaga se abrir, Gleisi Hoffmann(PT) e o deputado federal licenciado Ricardo Barros (PP), ex-líder de Bolsonaro na Câmara (Reportagem: Catarina Scortecci/Folha Press).

Reportagem: Catarina Scortecci/Folhapress

Veja também: https://npdiario.com.br/imprensa/precisamos-de-uma-fortaleza-para-evitar-o-retrocesso-diz-moro/

E mais esta: https://npdiario.com.br/cidades/moro-pode-fazer-paz-politica-com-bolsonaro-no-2o-turno/


Fonte: NP Diario
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