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Justiça suíça anula condenação de Cuca por estupro por julgamento à revelia

A Justiça da Suíça anulou a sentença que havia condenado a 15 meses de prisão e multa por estupro o ex-jogador de futebol e técnico brasileiro Alexi Stival, conhecido como Cuca.

Por Da Redação

03/01/2024 às 16:33:55 - Atualizado há
Foto: Reprodução internet

A Justiça da Suíça anulou a sentença que havia condenado a 15 meses de prisão e multa por estupro o ex-jogador de futebol e técnico brasileiro Alexi Stival, conhecido como Cuca. Com a decisão, o Judiciário do país europeu ainda determinou que o ex-atleta receba uma indenização de 9,5 mil francos suíços, o equivalente a R$ 55,2 mil.

A decisão é de dezembro do ano passado e se tornou pública nesta quarta-feira (3), segundo o jornal Folha de S.Paulo, que revelou a anulação do processo.

De acordo com o jornal, o processo foi concluído após a juíza do caso, Bettina Bochsler, acatar os argumentos apresentados pela defesa de Cuca de que ele foi julgado à revelia, isto é, sem ter um advogado o representando oficialmente e, por isso, mereceria outro julgamento. Como o crime ocorreu em 1987, o próprio Ministério Público da Suíça entendeu que isso não seria possível, pois o crime já estaria prescrito, e sugeriu a anulação da pena e a extinção do processo.

De acordo com a Folha, ao anular o processo a Justiça suíça não entrou no mérito das acusações contra Cuca, que nunca cumpriu a pena e agora foi, na prática, inocentado de um episódio que o levou a deixar o posto de técnico do Corinthians no ano passado, menos de uma semana depois de ser anunciado treinador.

O clube consolidou nos últimos anos uma forte equipe de futebol feminino, atualmente a mais vitoriosa do país, com cinco títulos nacionais e quatro títulos da Libertadores feminina e o fato de um técnico condenado por estupro assumir o posto de treinador da equipe masculina causou grande repercussão negativa e protestos por parte da torcida e das atletas da equipe feminina. Com isso, Cuca acabou deixando o posto.

Violentada ao pedir autógrafo

Ao anular o caso, a Justiça não analisou as provas da violência sexual cometida contra uma jovem de 13 anos, que foi ao hotel onde os então jogadores do Grêmio estavam hospedados pedir autógrafos e brindes, em 1987.

Naquele ano, Cuca era jogador do time, que estava realizando uma excursão ao país europeu, e foi preso junto com outros dois jogadores do time gaúcho após a jovem denunciar que havia sido vitima de um estupro coletivo.

Os atletas foram soltos um mês depois, após pagarem fiança, e voltaram ao Brasil. Eles nunca voltaram à Suíça para se defender e acabaram sendo condenados em 1989.

Os brasileiros, no entanto, nunca cumpriram a pena, pois o Brasil não extradita seus cidadãos. Em 2021, Cuca divulgou um vídeo ao lado de sua esposa e das três filhas, comentando o episódio.

"Não houve estupro como falam, como dizem as coisas. Houve uma condenação por ter uma menor adentrado o quarto. Simplesmente isso. Não houve abuso sexual, tentativa de abuso ou coisa assim. (...) Esse episódio de 1987 precisa ser explicado. Eu estava no Grêmio havia duas ou três semanas apenas, não conhecia ninguém. Eu jamais toquei numa mulher indevidamente ou inadequadamente. Sou um cara de cabeça e consciência tranquila", finalizou o técnico corintiano.

Uma investigação do jornal suíço Der Bund, no entanto, dá conta de que no processo há a acusação da presença de sêmen do treinador no corpo da menina.

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Jornalista Luciana Pombo

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