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Eleições municipais devem impedir discussões sobre mudanças no Imposto de Renda em 2024, diz Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a discussão sobre mudanças no Imposto de Renda (IR) não deve ser pautada neste ano, devido às eleições municipais.

Por Da Redação

02/01/2024 às 13:22:01 - Atualizado há
Foto: Reprodução internet

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a discussão sobre mudanças no Imposto de Renda (IR) não deve ser pautada neste ano, devido às eleições municipais. Em entrevista exclusiva ao jornal O Globo, Haddad disse que a reforma tributária, aprovada este ano, foi priorizada pois entra em vigor já em 2026.

Ao jornal carioca, Haddad defendeu mudanças no IR, destacando que a carga tributária sobre o consumo, no Brasil, é muito maior que a aplicada sobre a renda e o patrimônio – o que deixa sobrecarrega as pessoas mais pobres.

"Do meu ponto de vista, essa reforma [do IR] deve viabilizar a redução da carga sobre o consumo, o que permitiria uma alíquota de IVA [Imposto sobre o Valor Agregado] menor. Tributa mais a renda, diminui o peso sobre o consumo, e o efeito fica neutro sobre a carga tributária total. Tudo com transição para que não seja de um ano para o outro, seja diluído no tempo", apontou.

Haddad disse que as prioridades do governo junto ao Congresso em 2024 passam pela regulamentação da reforma tributária, acompanhamento de medidas para cumprimento do arcabouço fiscal e uma busca pela redução da volatilidade do dólar.

O ministro foi consultado, também, sobre o cumprimento da meta fiscal, algo que tem gerado embates em discursos com outros membros do governo, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Estamos tomando medidas para cumprir a meta. Agora, mexemos pela primeira vez com muitas leis e há projeções de receita que demandam tempo para se medir os efeitos. O arcabouço [fiscal] vai ser cumprido como planejado", afirmou.

Haddad falou ainda sobre a relação do governo com o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, indicado ao cargo pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Com a autonomia do BC, aprovada durante o governo do hoje inelegível, Lula não pode interferir no mandato. Entretanto, segundo Haddad, a relação entre eles tem caminhado bem.

"Minha relação com o Roberto [Campos Neto] sempre foi profissional. A do Lula, assisti ao primeiro encontro, em dezembro de 2022, e não foi um bom encontro, mas não quero entrar em detalhes. Já o segundo foi muito bom. A relação institucional da Fazenda com o BC nunca teve problemas. E a do Planalto passou a não ter", garantiu.

Sucessão de Lula

Ao O Globo, Haddad disse ainda que "existe consenso" sobre a candidatura de Lula à reeleição em 2026. Candidato derrotado por Bolsonaro em 2018, quando Lula estava preso, Haddad disse que não pensa atualmente na possibilidade de ser o sucessor, mas avalia que o partido deveria debater sobre o tema.

"O Lula foi três vezes presidente. Provavelmente, será uma quarta. Ao mesmo tempo que é um trunfo ter uma figura política dessa estatura por 50 anos à disposição do PT, também é um desafio muito grande pensar o day after [expressão em inglês para "dia seguinte"]. Eu não participo das reuniões internas sobre isso. Mas, excluído 2026, o fato é que a questão vai se colocar. E penso que deveria haver uma certa preocupação com isso. Porque a natureza da liderança do Lula é diferente da de outros fenômenos eleitorais. O bolsonarismo tem uma dinâmica muito diferente", apontou.

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