Geral GOSTINHO DA ROÇA

Seguindo receita tradicional, microempresária faz pamonha há mais de trinta anos

Se você achar caro pagar R$ 9,00 numa pamonha para e pensa no trabalho que dá pra fazer.

Por Da Redação

24/12/2023 às 17:12:52 - Atualizado há

Se você achar caro pagar R$ 9,00 numa pamonha para e pensa no trabalho que dá pra fazer. O conselho é de Vanda Aguiar Nogueira, 64 anos, moradora do Jardim Tamoio, que há 30 se dedica a preparar a iguaria, que herdamos dos povos indígenas.

Vamos pensar, então: o milho precisa ser plantado, cultivado, colhido e transportado até a casa da Vanda, que vai tirar a palha, cortar os grãos, bater no liquidificador até virar uma massa pastosa, acrescentar outros ingredientes à essa massa, que depois é embrulhada, em porções, nas palhas do milho [selecionadas, criteriosamente, na hora em que as espigas foram descascadas] e levada à panela para ser cozida.

Ah, antes da etapa do embrulhar, as palhas foram congeladas e aferventadas. Depois de cozida, uma a uma, as pamonhas são colocadas em saquinhos e etiquetadas [sim, todas saem da casa da Vanda com rótulo contendo lista de ingredientes e valor nutricional, entre outros dados obrigatórios].

Imagine fazer 500 por semana? Essa é a média de produção da Vanda, que fornece o produto sempre fresquinho [ops, quentinho!] para supermercados e para comercialização nas feiras de hortifrúti das terças, quartas, sextas e domingos. “Já cheguei a fazer mil por dia, durante muito tempo”, exclama a microempresária.

Mãe e filha produzem cerca de 500 pamonhas por dia

“Isso foi antes da pandemia; meu marido vendia nas ruas de Umuarama, de carro, anunciando com alto-falante… teve que parar e não voltou mais, desistiu!”, diz Vanda, acrescentando que, antes do surto da covid-19, a procura na feira era maior. “Eu tinha uma freguesia grande de idosos que iam à feira comprar, porém não vão mais”, comenta, sem lamentos.  

Com calma: palhas do milho são selecionadas para embrulhar as pamonhas

É que Vanda tem outro foco, agora: tem um sonho para realizar, já no ano que vem. Quer abrir uma fábrica de pamonha, curau, bolo e outros produtos à base de milho verde, em sociedade com a filha Rogéria Manara, 42 anos, que é feirante.

Curau da Vanda e da Rogéria também tem venda garantida

Há cinco anos as duas trabalham juntas. São horas do dia e, muitas vezes, da noite, concentradas na produção. “Eu aprendi com minha mãe e agora ensinei minha filha… Isso me deixa feliz”, exclama Vanda.

Em relação à matéria-prima, elas preferem a genuinamente paranaense. Costumam comprar o milho verde de produtores de Umuarama, dos distritos de Lovat e Serra dos Dourados, e dos municípios vizinhos, Ivaté, Douradina, Mariluz e Cruzeiro do Oeste. Na entressafra, vem de Minas Gerais, Goiás… “Mas o milho do Paraná é o melhor! Não tem igual!”, elogia Vanda.

Sem desperdício

Para aproveitar a palha do milho, a que vai embrulhar as pamonhas, Vanda e Rogéria cortam, primeiro, as pontas das espigas. Assim, as palhas ficam no tamanho ideal e ‘bonitinhas’ para serem utilizadas.

As pontas [mais de duas mil por semana] são descartadas, mas não vão para o lixo; viram alimento para o gado de um produtor rural que vai à casa da Vanda buscá-las.

Muita prática: Vanda corta pontas das espigas usando faca com facilidade incrível

É uma sobra significativa. A conta é simples: por semana, elas compram dez balaios de milho; cada balaio vem com aproximadamente 120 espigas, o que dá 1,2 mil espigas.  

Encomendas podem ser feitas pelo WhatsApp (44) 99717-7490.

Fonte: O Bemdito
Comunicar erro
Jornalista Luciana Pombo

© 2024 Blog da Luciana Pombo é do Grupo Ventura Comunicação & Marketing Digital
Ajude financeiramente a mantermos nosso Portal independente. Doe qualquer quantia por PIX: 42.872.330/0001-17

•   Política de Cookies •   Política de Privacidade    •   Contato   •

Jornalista Luciana Pombo