Crime que inspirou série ocorreu em 2017. Mais de 40 assaltantes participaram do roubo que totalizou mais de US$ 11,7 milhões - o equivalente a R$ 40 milhões à época - da transportadora de valores.
Um mega-assalto à transportadora de valores Prosegur, em Cidade do Leste, no Paraguai, em 2017 inspirou a série DNA do Crime que estreou há uma semana na Netflix. Relembre o crime no vídeo acima em reportagem exibida na RPC um ano após o crime.
Está é a primeira série policial brasileira do streaming. O título está entre os mais vistos no Brasil e em outros países.
O crime que inspirou a série ocorreu na madrugada de 24 de abril de 2017. Mais de 40 assaltantes participaram do roubo que totalizou mais de US$ 11,7 milhões – o equivalente a R$ 40 milhões à época - da transportadora de valores.
Explosivos foram usados para arrombar o cofre da empresa, que fica a cerca de quatro quilômetros da Ponte Internacional da Amizade, na fronteira com Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. A ação durou mais de três horas.
Troca de tiros entre suspeito e policiais
Na troca de tiros, um policial que fazia segurança particular à transportadora foi morto. Na fuga, vários carros blindados usados pela quadrilha foram abandonados.
Ainda segundo a polícia, parte dos suspeitos cruzou a fronteira pelo Lago de Itaipu e se dividiu por municípios brasileiros de fronteira, como Itaipulândia e São Miguel do Iguaçu, onde houve confrontos.
Durante a fuga, os ladrões espalharam "miguelitos" – espécie de tachas de metal usadas para furar pneus de veículos – para impedir que fossem seguidos pela polícia e incendiaram ao menos 13 veículos. Eles também abandonaram cinco caminhonetes blindadas, todas com placas de SP.
Três suspeitos morreram e 15 foram presos também em Cascavel, Foz do Iguaçu e Guaíra.
Na época, foram apreendidos explosivos e armas de vários calibres, como fuzis, e recuperados R$ 4,5 milhões em cédulas de real, guarani e dólar.
Mansão foi usada antes de mega-assalto
Parte dos suspeitos envolvidos no mega-assalto usaram uma mansão em Ciudad del Este, mesmo município da ação. A casa funcionava como base estratégica da quadrilha no país vizinho, segundo a PF.
As investigações conjuntas entre a Polícia Nacional paraguaia e a PF, batizada de Operação Resposta Integrada, indicaram que o maior assalto da história do país vizinho foi praticado por membros de uma facção criminosa brasileira.
Os brasileiros, segundo a investigação, tiveram apoio dos paraguaios, com um arsenal que superou a capacidade de resposta da Polícia Nacional.
Uma perícia realizada na casa em Ciudad del Este, usada pelo grupo por cerca de 30 dias até o dia do assalto, e exames de DNA identificaram cerca de 30 perfis genéticos.
De acordo com a investigação, alguns tinham registro no banco de dados genéticos da polícia e participação em outros crimes no Brasil como roubos a bancos e a empresas de valores.
A atuação da perícia criminal da Polícia Federal venceu o prêmio "DNA Hit Of The Year" 2020, um dos mais importantes concursos internacionais para a área de genética forense, que é o uso da genética em investigações criminais.
Por meio do confronto de dados do Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG), a perícia federal ajudou a identificar e a condenar alguns dos responsáveis pelo assalto à sede da transportadora de valores no Paraguai.
A premiação atribuiu o caso "emblemático" de uso dos bancos de dados de DNA para a resolução e prevenção de crimes. Esta foi a primeira vez que uma equipe brasileira recebeu o prêmio.