Geral Últimas Notícias

Após onda de calor e incêndios no Pantanal, Inmet alerta para temporais em 17 estados e no DF

Após uma onda de calor que trouxe temperaturas recordes em várias regiões do pais, levando até à morte de pessoas, os eventos climáticos extremos não devem dar trégua no país nos próximos dias.

Por Da Redação

18/11/2023 às 11:41:41 - Atualizado há
Foto: Reprodução internet

Após uma onda de calor que trouxe temperaturas recordes em várias regiões do pais, levando até à morte de pessoas, os eventos climáticos extremos não devem dar trégua no país nos próximos dias. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu nesta sexta-feira, (17), um alerta para 17 estados e o Distrito Federal por conta dos temporais nos próximos dias decorrentes de uma frente fria vinda do sul, o que deve agravar a situação já complicada no sul do país, que vem enfrentando problemas graves devido a chuvas nos últimos dias.

O aviso do Inmet de "perigo" para temporais nos próximos dias inclui os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Também há alerta de "perigo potencial" para os estados do Amazonas, Roraima, Pará, Maranhão, Piauí e Bahia.

Em São Paulo, segundo as previsões do Inmet e do Climatempo, as máximas devem cair entre 11°C e 14°C até a segunda-feira, (20). A expectativa de novos temporais fez com que o governo do Estado e as prefeituras da região metropolitana e do litoral se reunissem nesta sexta em um gabinete de crise para planejar medidas para enfrentar a situação.

:: Três contratos de concessão como a da Enel vencem no governo Lula; até 2031, serão 20 ::

Segundo a Folha de S. Paulo, o coordenador da Defesa Civil, coronel Hengel Pereira, anunciou que haverá 5 mil agentes do órgão em 620 municípios de prontidão para atender as ocorrências. Esse contingente se soma ao Corpo de Bombeiros e outras entidades, como as concessionárias de energia. Haverá canais diretos de comunicação das prefeituras com a Defesa Civil e as empresas de energia elétrica, segundo o governo estadual. "O Centro de Gerenciamento de Emergência já existia aqui [no palácio], ele trabalha 24 horas. A gente otimizou isso trazendo cada responsável da sua área de atuação, que são 11 participantes", disse Pereira.

:: Ondas de calor: Brasil já passa mais de 50 dias ao ano sob altas temperaturas ::

Na reunião, a Defesa Civil ainda orientou os prefeitos a não realizarem eventos ao ar livre. Na capital paulista, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) cancelou todos os eventos a partir das 16h deste sábado, o que impactou pelo menos 55 programações na cidade, segundo a Folha de S. Paulo. Nos últimos dias, a capital voltou a enfrentar queda de energia, o que fez com que o prefeito pedisse à Aneel o cancelamento do contrato com a Enel, a distribuidora privada de energia que atende a capital e outras 23 cidades da região metropolitana.

Chuva já causa estragos em SC

Na região Sul do país, as tempestades já causam estragos consideráveis e levaram a pelo menos duas mortes nos últimos dois dias. Um dos estados mais afetados é Santa Catarina, que tem registrado enchentes, alagamentos, queda de árvores e destelhamentos. Também houve queda de granizo em algumas áreas. Ao menos três rodovias federais no estado chegaram a ficar interditadas.

Em entrevista coletiva na manhã de sexta-feira, (17), o governador Jorginho Mello (PL) falou em prejuízo incalculável com as chuvas e estimou perdas de R$ 3 bilhões somente na agricultura. Ainda segundo o governador, desde outubro são 180 dos 295 municípios com estragos decorrentes dos temporais. Destes, 22 apenas em novembro.

"Nós já gastamos R$ 20 milhões com ajuda humanitária para abrigos, colchões, roupas e tudo aquilo que a gente tem que alcançar. A dedicação e o carinho que tem se dado para as pessoas tem sido cada vez mais intenso. A diferença que salvou muitas vidas foi ter avisado as pessoas. A gente precisa estar atento para ter essa mesma situação", pontuou.

Fogo no Pantanal e previsão de novas tragédias

O Centro-Oeste é região mais afetada pela atual onda de calor e registra, há quinze dias, um recorde de incêndios no Pantanal para o mês de novembro. Segundo o portal G1, até agora, o fogo consumiu mais de 1 milhão de hectares do bioma, o triplo do registrado em 2022 inteiro. É o novembro com mais focos de fogo (3.024) desde 2002, o que tem mobilizado mais de 290 agentes para apagar as chamas.

Cada vez mais comuns nos últimos tempos, os eventos climáticos extremos devem provocar novas tragédias também em 2024, segundo especialistas. Em entrevista recente ao portal 247, o cientista Carlos Nobre previu uma forte seca entre os meses de fevereiro e maio de 2024 nos estados nordestinos.

:: Desespero da seca: indígenas no Amazonas usam a pouca água que têm para apagar incêndios ::

"O Oceano Atlântico ao Norte da Linha do Equador está muito quente, batendo recordes de temperatura, o que causa secas no Nordeste e na Amazônia. As secas de 2005 e 2010 na Amazônia foram causadas por isso, enquanto a desse ano foi causada também pelo El Niño muito forte. A seca no Nordeste ocorrerá de fevereiro a maio de 2024", disse Nobre.

De acordo com o portal de notícias, oito estados das regiões Norte e Nordeste já enfrentam neste ano a pior seca desde 1980, segundo o Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) - Amazonas, Pará, Acre, Amapá, Maranhão, Piauí, Bahia e Sergipe. A lista das unidades federativas em situação preocupante por causa da falta de chuvas foi divulgada no mês passado.

Além disso, segundo o jornal O Globo, especialistas apontam que os eventos climáticos extremos deste ano podem pressionar os preços dos alimentos para o ano que vem.

"El Niño pode comprometer as safras de 2023 e 2024. Para este ano, o efeito que já estamos percebendo, mas que também é típico desta época, é o aumento dos alimentos in natura. Hortaliças, legumes e frutas sobem muito. Isso é tradicional, mas essa alta parece ser um pouco maior pelo El Niño, que vem intensificando as ondas de calor e chuvas em algumas regiões do país", afirmou o coordenador dos Índices de Preços do FGV Ibre, André Braz.

Comunicar erro
Jornalista Luciana Pombo

© 2024 Blog da Luciana Pombo é do Grupo Ventura Comunicação & Marketing Digital
Ajude financeiramente a mantermos nosso Portal independente. Doe qualquer quantia por PIX: 42.872.330/0001-17

•   Política de Cookies •   Política de Privacidade    •   Contato   •

Jornalista Luciana Pombo