Samba da Malandra lança álbum em reverência a compositoras do DF neste sábado (21), em Ceilândia

"Reverenciar, honrar e amplificar as vozes, as narrativas e o trabalho de mulheres compositoras da cena independente do DF". É com esse intuito que surge, segundo Fernanda Fontoura, uma das integrantes da Samba da Malandra, o primeiro álbum autoral do grupo. Intitulada Cantautoras, a obra tem a primeira roda de pré-lançamento do álbum neste sábado (21), às 16h, na Praça do Cidadão em Ceilândia.

Com entrada franca e apoio do Jovem de Expressão, a roda traz a participação especial de três artistas convidadas que assinam composições presentes no álbum: Lirys Catharina, Haynna e Loba Makua. Junto à roda de samba, coreografia da música Voa Corpo Lar, com a bailarina e coreógrafa Luna Jalilah; a Exposição Arteematernagem, da artista Tatiana Reis, na Galeria Risofloras; Desfile de Moda da coleção Benguele, da estilista Mel Soares; Feira de Economia Criativa de Terreiro do Projeto Katende; e praça de alimentação para o samba seguir quente até às 20h30.

Cantautoras

Com nove músicas inéditas, o álbum, que começou a ser gestado durante a pandemia, reúne composições de várias mulheres que presentearam a Samba da Malandra com as letras ao longo dos quatro anos de história da coletiva. A coletânea, com produção musical de Rayane Mayara, nasceu no quarto-estúdio de Liris Catarina, com trabalho de produção, coordenação, comunicação e banda prioritariamente feito por mulheres.

"A gente sente que as mulheres na música são atravessadas pelas perspectivas machistas e os discursos masculinistas, que são muitas vezes reconhecidos quase como donos da razão. E às vezes até atravessam o fazer das mulheres compositoras e cantoras que se vêem com muita dificuldade de manifestar a sua arte e escolhas, quando estão em espaços dirigidos por homens. O que é uma realidade em quase 90% dos estúdios que a gente frequenta", explica Fernanda Fontoura sobre o surgimento do quarto-estúdio encabeçado por mulheres.

Com trabalho de produção, coordenação, comunicação e banda prioritariamente feito por mulheres, "Cantautoras" reverência compositoras / Tatiana Reis

As músicas do álbum compartilham uma paisagem sonora e imagética: muita água, rio, mangue, mar, fundidos à muito céu, pássaros e sol. "Uma paisagem de sustentar o sol, de trazer o sol do dia. De repente, você está ali na beira da soleira de uma porta, olhando a paisagem, olhando o dia, olhando um amor que está indo embora. Essas paisagens constroem o cenário geral do álbum", conta a musicista.

Além de honrar as compositoras do DF, a obra é uma reverência, também, às compositoras mais velhas, que por muito tempo não foram reconhecidas como tais. As quitandeiras, cozinheiras, catadoras de lixo, ambulantes, trabalhadoras do serviço social que sempre sopraram frases e versos que se transformaram em música. "A gente tem uma série de pesquisas e estudos que falam que as mulheres sempre estiveram presentes na música. Na composição, no samba. Mas reconhecê-las, reverenciá-las e citar seus nomes foi uma conquista recente", afirma Fernanda Fontoura.

O disco é um projeto independente realizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal (FAC-DF), com idealização e coordenação de Fernanda Fontoura, produção executiva de Kessy Freire, direção musical de Rhayane Maiara, produção musical de Lirys Catharina e direção artística de Luazi Luango. As nove composições inéditas assinadas por Fernanda Fontoura, Rhayane Maiara, Haynna, Lirys Catharina, Loba Makua, Prethais, Marina Flores e Paola Tainã.

Samba da Malandra

Pedindo licença às matriarcas e saudando a malandragem, nasce a Samba da Malandra, uma coletiva de samba com raízes, terra, água, fogo e ventania. Samba autoral, artesanal, produzido e tocado por mulheres que atuam em diversas frentes do fazer artístico no Distrito Federal: Fernanda Fontoura (vocal), Fernanda Monteiro (violão), Fernanda Vitória (percussão), Iza Costa (cavaco), Marina Flores (vocal), Nathália Marques (percussão) e Rhayane Maiara (produção musical, beats e paisagem sonora). O grupo iniciou sua trajetória em 2019, interpretando grandes mulheres sambistas nacionais. Em 2023, lança o seu primeiro álbum autoral, Cantautoras, com canções assinadas por compositoras convidadas. Samba da Malandra é magia das mulheres no samba! "Salve a malandragem!".

PROGRAMAÇÃO DA RODA

Samba da Malandra - 'Cantautoras' | Participações: Haynna, Lirys Catharina e Loba Makua

Exposição Arteematernagem (Tatiana Reis), na Galeria Risofloras

Feira de Economia Criativa de Terreiro (Projeto Katende)

Dança com Luna Jalilah

Desfile de Moda 'Coleção Benguele' (Mel Soares)

Praça de alimentação com empreendimentos locais

SERVIÇO

Pré-lançamento Cantautoras (Samba da Malandra)
Dia: 21/10 (sábado), das 16h às 20h30
Onde: Praça do Cidadão, Ceilândia Norte
Entrada: franca - mediante doação de um 1kg de alimento não perecível
Classificação: livre
Apoio: Jovem de Expressão
Nas redes: @sambadamalandra - https://instagram.com/sambadamalandra
Informações: 61 9.9807.4310

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