Economia Negócios

O maior escândalo corporativo dos últimos anos chega aos tribunais

Por Biznews

04/10/2023 às 05:28:30 - Atualizado há
Foto: Reprodução internet

Em 10 de novembro de 2022, Sam Bankman-Fried, o fundador da FTX, emitiu uma série de tweets explicando sua tentativa de salvar a exchange de criptomoedas de um iminente colapso financeiro. Essas postagens foram acompanhadas por uma confissão direta, sem rodeios: "Eu estraguei tudo. Deveria ter feito melhor".

Aproximando-se do aniversário de um ano dessa confissão, o empresário americano terá agora a oportunidade de explicar seus erros em um cenário muito mais formal. No entanto, desta vez, ele terá que apresentar argumentos substanciais, já que enfrenta sete acusações em um tribunal de Manhattan, nos Estados Unidos. Essas acusações vão desde lavagem de dinheiro até fraude contra credores, investidores e clientes da FTX.

As acusações estão relacionadas a alegações que surgiram logo após as postagens de Bankman-Fried. O que começou como uma crise de liquidez na FTX se transformou em um caso extremamente complexo, descrito por promotores como "uma das maiores fraudes financeiras na história dos Estados Unidos".

As evidências indicam um esquema fraudulento que envolveu a transferência de bilhões de dólares dos clientes da FTX para a Alameda Research, uma empresa vinculada à exchange e ao seu fundador. Esses fundos supostamente foram utilizados para diversas finalidades, incluindo empréstimos a executivos da FTX, investimentos de alto risco, propriedades de luxo, doações políticas e campanhas de marketing, que contaram com a participação de celebridades como Gisele Bündchen, Tom Brady e Stephen Curry.

O desenrolar desse caso levou a FTX a entrar com pedido de falência nos Estados Unidos, afetando a reputação dos investidores da empresa e outros participantes no mercado de criptomoedas.

Este julgamento é amplamente aguardado, não apenas pela possível sentença de Bankman-Fried, que poderia resultar em uma pena de até um século de prisão, mas também pelos impactos que pode ter no mercado de criptomoedas nos Estados Unidos. O julgamento está previsto para durar cerca de seis semanas, começando com a seleção do júri.

A acusação contará com uma ampla gama de evidências, incluindo depoimentos de ex-executivos próximos a Bankman-Fried que já se declararam culpados, como Caroline Ellison, ex-CEO da Alameda Research. Por outro lado, a defesa do fundador da FTX, liderada por Mark Cohen, provavelmente buscará minar a credibilidade dessas testemunhas e transferir a culpa para esses executivos e os advogados da FTX.

A possibilidade de Bankman-Fried admitir sua culpa é considerada improvável, especialmente à medida que o caso avança nos tribunais. Seu comportamento desde o escândalo também não o favorece, incluindo violações de sua fiança que resultaram em sua prisão.

Antes da crise, Bankman-Fried e a FTX eram bem-sucedidos, acumulando um patrimônio considerável. No entanto, a empresa despencou em valor, afetando também investidores de renome como Sequoia Capital, BlackRock e Temasek, que agora enfrentam questionamentos sobre sua devida diligência ao investir na FTX.

Apesar dos prejuízos causados pela plataforma, há pessoas que ainda mantêm sua confiança nos investimentos em criptomoedas, como Evan Luthra, um dos clientes afetados pelo colapso da FTX, que resumiu a mensagem do documentário da CNBC: "O erro aqui não foi o bitcoin, o erro não foi a criptomoeda. A razão fundamental pela qual compramos bitcoin, porque usamos bitcoin, não mudou".

Fonte: Neofeed

Fonte: Biznews
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