Geral Azevinho-pernambucano

ÁRVORE DESAPARECIDA HÁ 2 SÉCULOS É REDESCOBERTA NO BRASIL

Por PEDRO FREITAS

29/09/2023 às 11:44:22 - Atualizado há

Considerada perdida para os botânicos há quase dois séculos, a árvore de azevinho foi encontrada após uma operação de busca de seis dias no Brasil. De acordo com os pesquisadores, acredita-se que as quatro árvores que foram redescobertas sejam as únicas que ainda restam da espécie no mundo — algo considerado emocionante pelos envolvidos.

A espécie Ilex sapiiformis, também conhecida como azevinho-pernambucano, foi avistada pela última vez em 1838. Naquele ano, o naturalista George Gardner coletou uma amostra da árvore em uma de suas expedições. A planta, no entanto, só foi ser descrita 23 anos depois pelo pesquisador Siegfried Reissek.


Anos desaparecida

Na época da descoberta de Gardner, a floresta tropical atlântica brasileira — lar do azevinho-pernambucano — era muito mais extensa do que é atualmente. Segundo a instituição de conservação ambiental Re:wild, estima-se que 85% de toda essa mata foi perdida devido ao desmatamento em massa, feito para abrir caminho à criação de gado e às plantações de cana-de-açúcar.


Igarassu, onde as árvores esquivas foram redescobertas, na realidade é uma área predominantemente urbana, onde quase 6 milhões de pessoas habitam. Por esse motivo, os pesquisadores têm considerado a descoberta algo ainda mais surpreendente.


"Nem sempre pensamos que as plantas estão perdidas para a ciência, porque não se movem como os animais, mas são igualmente essenciais para os ecossistemas dos quais são nativas", afirmou Christina Biggs, responsável pelo programa de espécies perdidas da Re:wild. Para ela, mesmo que uma planta não tenha sido avistada há 186 anos, ela ainda pode estar nos últimos vestígios da natureza em algum lugar. Sendo assim, o azevinho é um exemplo perfeito da importância de continuar as buscas.


Estudos extensos

Antes das quatro árvores de azevinho serem descobertas, os cientistas afirmaram que muita preparação foi envolvida no processo. Gustavo Martinelli, líder do projeto, e sua equipe de pesquisadores consultaram registros de herbários, jardins botânicos e museus por todo o país e digitalizaram mais de 12 mil registros em busca de uma amostra da árvore — a qual pode atingir alturas de 8 a 12 metros.


Quando eles notaram que as buscam não estavam dando certo, os cientistas recorreram a coleções ainda não digitalizadas em todo o Brasil, onde acharam algo precioso. Uma amostra de azevinho-pernambucano de 2007 ajudou a direcionar os pesquisadores para a cidade de Recife, onde procuraram por quase uma semana antes de finalmente avistarem as flores características da planta.


"Foi emocionante quando encontramos o primeiro indivíduo de Ilex sapiiformis, graças ao olhar atento de Lenilson (Barbosa dos Santos, parabotânico), que conseguiu encontrar algumas flores brancas em uma árvore à beira da estrada de terra. Foi como encontrar um parente há muito perdido e esperado que você só conhece por meio de retratos antigos", destacou Milton Groppo, membro do projeto.


A equipe ainda espera que as quatro árvores redescobertas não sejam as únicas ainda existentes na natureza. Portanto, o planejamento é que mais buscar sejam conduzidas no futuro em conjunto com um trabalho intensivo de preservação da região que abriga as árvores raras.

Fonte: mega curioso
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Jornalista Luciana Pombo

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