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Nomad, que oferece conta nos EUA para brasileiros, capta R$ 300 milhões. E já vale R$ 1,8 bilhão

A expectativa é que fechem 2023 faturando 250 milhões de reais, quatro vezes mais do que em 2022

Por Biznews

23/08/2023 às 05:13:34 - Atualizado há

A Nomad, uma fintech brasileira que possibilita aos cidadãos do país abrirem contas correntes digitais em bancos norte-americanos, está atualmente assegurando um novo aporte de capital no valor de 61 milhões de dólares, aproximadamente 300 milhões de reais. Essa rodada de financiamento Série B está sendo liderada pela proeminente firma de investimentos Tiger Global Management, conhecida por apoiar empresas como Nubank e Open IA. Com esse novo investimento, a avaliação da empresa alcança 1,8 bilhão de reais.

Os recursos levantados serão estrategicamente empregados para atrair novos usuários para a plataforma e desenvolver novos produtos. Notadamente, duas áreas receberão atenção especial: ofertas de investimento, permitindo que os usuários invistam em ações estrangeiras, e serviços de crédito, facilitando o acesso a crédito e oportunidades de financiamento no exterior.

Lucas Vargas, o CEO da Nomad, destaca: "Nossa rodada de financiamento é sem precedentes em tamanho entre as fintechs deste ano. O que demonstramos é um crescimento substancial na receita, marcado por avanços significativos nas margens e na lucratividade. Estamos no caminho para atingir o ponto de equilíbrio até o final do ano."

Essa entrada de capital chega em um momento oportuno para a startup com sede em São Paulo, pois ela está atualmente tendo um desempenho sólido. As previsões indicam uma receita de 250 milhões de reais para 2023, um aumento quádruplo em relação a 2022. Nos primeiros sete meses do ano, a empresa já facilitou mais de 5 bilhões de reais em transações internacionais.

No entanto, vale ressaltar que essa rodada de financiamento ocorre durante um período em que garantir investimentos de alto nível para startups não é necessariamente simples. Uma pesquisa realizada pela Distrito, uma consultoria, revela que em julho, de 32 rodadas de investimento no Brasil, apenas nove foram categorizadas como Série A ou B. A maioria foi investimento em estágio inicial, sem financiamento em estágio avançado registrado. Gustavo Gierun, fundador e CEO da Distrito, explica que uma recuperação completa desse mercado depende de um alívio monetário global, uma vez que as taxas de juros elevadas diminuem o apetite pelo risco, principalmente na fase de investimento de estágio avançado.

A alocação do investimento de 300 milhões de reais será direcionada para duas frentes distintas. Primeiramente, os esforços serão direcionados para atrair novos clientes para o portfólio de produtos da Nomad. A fintech oferece atualmente uma conta financeira internacional, permitindo que os brasileiros mantenham uma conta denominada em dólares, protegendo seus fundos em uma moeda diferente do real brasileiro. Os usuários também podem realizar transferências entre moedas e utilizar seus cartões em qualquer país.

A segunda área de investimento se concentrará no aprimoramento e desenvolvimento de produtos:

  • Investimento: A Nomad já permite a negociação de ações, mas tem como objetivo aprimorar essa oferta, principalmente fortalecendo a educação financeira. Lucas Vargas afirma: "Recentemente contratamos um Economista Chefe e estamos comprometidos em fornecer suporte que ajude os clientes a protegerem seus ativos denominados em dólares."
  • Serviços de Crédito: A empresa está se preparando para lançar produtos e linhas de crédito no próximo ano. Aproveitando sua robusta captação de depósitos, Vargas vê uma oportunidade significativa de utilizar bilhões de ativos dos clientes como garantia segura para modalidades de crédito.

Essa rodada de financiamento Série B conta com o apoio de investidores existentes, incluindo Stripes, Monashees, Spark Capital, Propel, Globo Ventures e Abstract.

Origens da Nomad: A criação da Nomad foi liderada pelo empreendedor Patrick Sigrist, que brinca de ter estado imerso no campo da inovação por "centenas de anos". Sigrist também é co-fundador da iFood e um investidor inicial na empresa. Sua motivação para lançar a Nomad surgiu dos desafios que enfrentou ao utilizar cartões de crédito emitidos no Brasil no exterior ou transferir recursos obtidos no Brasil para destinos internacionais.

Em 2020, Lucas Vargas, que acumulou oito anos de experiência executiva, incluindo um cargo de CEO no Grupo Zap, uma plataforma online de classificados imobiliários posteriormente adquirida pela OLX, juntou-se ao empreendimento. Vargas compartilhava os mesmos pontos problemáticos e tornou-se uma parte fundamental da equipe.

Através dos serviços da Nomad, os clientes podem:

  • Preservar Ativos Financeiros em Moedas Fortes
  • Facilitar Transferências de Dinheiro
  • Realizar Compras Internacionais com economia de aproximadamente 10% em comparação com cartões emitidos no Brasil

Capítulos de Abertura e Fechamento: O investimento mais recente na Nomad ocorreu em maio de 2022, quando a empresa garantiu cerca de 160 milhões de reais em uma rodada de financiamento liderada pela Stripes. Esses fundos foram utilizados para adquirir a Husky, uma startup especializada em transferências internacionais. Essa aquisição simplificou o processo para indivíduos brasileiros que trabalham no exterior e precisam enviar seus ganhos de volta ao Brasil.

Vargas comenta com bom humor: "As pessoas costumavam brincar que a Nomad fechou a janela de investimentos no ano passado. Foi uma das últimas investidas realizadas naquela época." Se esse for realmente o caso, a rodada de financiamento atual pode indicar a reabertura dessa janela de investimentos.

Fonte: Exame

Fonte: Biznews
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