Geral Cotidiano

Paranaense perde a guarda do filho por ser comissária de voo

Uma comissária de voo que vive em Maringá, no norte do Paraná, usou as redes sociais para desabafar sobre a perda da guarda do filho, de um ano.

Por Da Redação

21/07/2023 às 11:57:51 - Atualizado há

Uma comissária de voo que vive em Maringá, no norte do Paraná, usou as redes sociais para desabafar sobre a perda da guarda do filho, de um ano. Josiane Lima, que atua na aviação há pelo menos dez anos, afirmou ter sido vítima de "preconceito e injustiça" devido à profissão que tem.

Na decisão que concedeu a guarda unilateral da criança ao pai, o juiz alega que "a rotina de trabalho da ré [Josiane] não permite que preste ao filho os cuidados diários de que necessita o filho". Diz ainda que a criança já estava sob a guarda do pai há algum tempo. Josiane, no entanto, afirmou ser natural de Manaus e que decidiu se mudar para Maringá a fim de que o filho pudesse ter contato com o pai. Segundo ela, a criança só está com o pai porque ela foi "retirada à força dela".

"Eu e minha família somos de Manaus e me sacrifiquei para vir a Maringá pensando no bem-estar do meu filho e que ele pudesse ficar perto do pai. Estou sofrendo injustiça e preconceito contra minha profissão. Estão negando o direito de eu ficar com meu filho por conta da minha profissão", diz a comissária.

No vídeo divulgado, a mulher relatou também que o menino nunca deixou de conviver com ela e argumentou ser a responsável por suprir as despesas do filho. "O pai arrancou ele de mim de forma violenta, juntamente com o avô. Eu sofri violência doméstica. Ele escondeu meu filho por 20 dias. Inclusive, no Dia das Mães, eu fiquei implorando para ver meu filho e não consegui", prosseguiu a profissional da aviação.

De acordo com ela, sua mãe estava "disposta" a ficar com o bebê enquanto estivesse trabalhando. "O pai deixa a criança o dia inteiro na creche com estranhos. Eu tenho que ver meu filho apenas durante três horas. Nunca ficamos tanto tempo separados", acrescentou ela.

Na rede social em que o vídeo de desabafo foi divulgado, internautas prestaram apoio à Josiane. "Que absurdo! Sou mãe e comissária de voo há 23 anos! Tenho um filho de 16 anos que nasceu dentro da aviação! Sempre dei conta de tudo, mesmo sendo mãe solo na criação dele! Nossa profissão é digna de muito respeito, é com o nosso trabalho que sustentamos os nossos filhos!", escreveu uma.

O que diz o sindicato

Após a decisão, o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) prestou solidariedade à Josiane e divulgou uma nota de apoio "a todas as aeronautas que conciliam o trabalho na aviação com a maternidade". A entidade rechaçou a justificativa da decisão que concedeu a guarda da criança ao pai e alegou que é possível conciliar a profissão com a maternidade. Leia a íntegra da nota abaixo:

O Sindicato Nacional dos Aeronautas tomou conhecimento de uma decisão judicial supostamente embasada na justificativa equivocada de que a rotina de trabalho na aviação não permite que mães prestem os cuidados necessários a seus filhos. A participação da mulher no mercado de trabalho é uma realidade, sendo perfeitamente possível a conciliação do trabalho na aviação com a maternidade.

Sabemos que a maternidade é uma fase única e desafiadora na vida de qualquer mulher e demanda atenção especial tanto para o desenvolvimento dos filhos quanto para a continuidade de suas atividades profissionais. No setor aéreo, em que a segurança e a excelência são prioritárias, reconhecemos a dedicação, o compromisso e a competência das mulheres mães, que lidam com a complexidade e a exigência de suas profissões de forma exemplar.

Na legislação que regula a atividade profissional de pilotos e comissários de voo, existem diretrizes específicas para possibilitar e coadunar o exercício profissional com a maternidade.

A Convenção Coletiva de Trabalho da aviação regular atualmente em vigor prevê um regime de trabalho diferenciado e específico para aeronautas em retorno de licença maternidade, o que é conhecido como "escala mãe".

Além disso, as empresas aéreas podem determinar outros programas complementares em suas políticas internas para criar um ambiente de trabalho inclusivo e facilitar a conciliação entre a maternidade e a carreira de suas tripulantes.

A conscientização da diversidade e da igualdade de gênero na aviação é um processo contínuo. O SNA é contra práticas discriminatórias que limitam o avanço profissional das tripulantes e repudia quaisquer preconceitos que reforçam a violência contra as mulheres".

Leia mais em Banda B

Fonte: A Rede
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