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Caramujo, por Renata Regis Florisbelo

Um prazer lhe acariciava o corpo, um delírio salgado a lhe percorrer, deslizando ao sabor das ondas, na areia, reluzindo ao sol.


Um prazer lhe acariciava o corpo, um delírio salgado a lhe percorrer, deslizando ao sabor das ondas, na areia, reluzindo ao sol. Era um caramujo feliz. Os momentos de sol do início da manhã eram os seus favoritos, um beijo das espumas na arrebentação a lhe arrebatar de encantos. Um dia, já fora muito pequeno, contudo, seu corpo soube se expandir e ele triplicou de tamanho, um caramujo grande, a se fartar nas águas do mar, uma boa vida de nunca mais largar.

Depois do último verão, um homem perambulava por aquelas areias a refletir sobre a vida, tez franzida e rosto tenso. Acabrunhado e solitário, foi ter com o caramujo na manhã fria. Um sorriso o homem esboçou, as mangas arregaçou e o caramujo arrematou. Colocou no bolso, seguiu para o aeroporto. Na estante do apartamento ele pousou. Ao lado do caramujo, um porta-retratos, a foto daquele verão, as ondas do mar, na mente do caramujo estão a revirar.

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