Conexão Brasília; Racismo no futebol, até quando?

Artigo de Luciano Ducci, deputado federal pelo Paraná
Não é novidade para ninguém que o racismo ainda é um problema na nossa sociedade. Mas os recentes episódios envolvendo o jogador de futebol brasileiro Vini Jr, na Espanha, já ultrapassaram todos os limites.

Em defesa do jogador, um profissional, brasileiro, vitima de racismo constante na Espanha, a Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (23), por unanimidade, moções de repúdio aos episódios de racismo, e em defesa de Vinicius Junior.

No último domingo, o jogador entrou em campo ao som da torcida adversária que o chamava de macaco. Porém, como o jogador mesmo se pronunciou, não foi a primeira, nem a segunda e nem a terceira vez. Manifestações de racismo contra Vini também ocorreram fora de campo.

No fim de janeiro, na véspera da partida entre Real Madrid e Atlético de Madrid, torcedores do Atlético penduraram em uma ponte da cidade um boneco vestido com a camiseta de Vinícius, simulando enforcamento do jogador. Pelo menos outros 10 episódios de racismo contra Vini foram registrados.

As autoridades espanholas e responsáveis pela Liga espanhola de futebol demoraram a agir e punições só começaram a ocorrer depois da grande repercussão do caso do último domingo.

A ONU, por meio do alto comissário para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou o racismo e cobrou providências. Depois de ter minimizado o episódio de racismo no fim de semana, o presidente da La Liga, Javier Tebas também pediu desculpas ao jogador.

No Brasil, os episódios de racismo no futebol também acontecem. Porém, por aqui, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) definiu penas mais duras no Regulamento Geral Competições de 2023. No 1° caso, o clube é punido com multa, no 2º, o clube perde o mando de campo e no 3°, o clube perde pontos.

É muito triste que tenhamos que punir para coibir o racismo. Mas enquanto ainda presenciamos cenas que envolvam a maior paixão nacional com um crime, não podemos fechar os olhos.

Luciano Ducci é deputado federal pelo Paraná.