BrasĂlia (DF), 04/05/2023 - Ministros Anielle Franco, da Igualdade Racial, Esther Dweck, de Gestão e Inovação de Serviços PĂșblicos e Silvio Almeida, dos Direitos Humanos participam do lançamento do programa "Formação de Iniciativas Antirracistas (Fiar): tecendo o caminho para a igualdade racial", na Escola Nacional de Administração PĂșblica (Enap).
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, destacou que o Fiar propõe cursos para carreiras especĂficas, como gestão de pessoas, visando reduzir as disparidades raciais dentro do serviço pĂșblico. "Na medida em que os trabalhadores e trabalhadoras que se relacionam com a sociedade tomam consciĂȘncia e aprendem a agir para promoção da igualdade racial, haverĂĄ uma mudança lenta, porém constante nas relações sociais que estabelecemos".
De acordo com a Enap, do total de 602 mil servidores pĂșblicos federais ativos, apenas 36,88%, o equivalente a 222 mil, são pretos ou pardos.
Para o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, o programa propiciarĂĄ que especialistas do serviço pĂșblico passem a entender a importância da raça na estrutura da administração pĂșblica e vice-versa.
"Esse projeto de formação antirracista dĂĄ oportunidade para que façamos essa relação, que é tão difĂcil de ser feita. Exige, primeiro, daqueles que só estudam administração pĂșblica entendam de raça. Mas também exige daqueles que estudam raça que eles entendam também o funcionamento da administração pĂșblica e suas peculiaridades", disse.
"Nossa possibilidade de superar o racismo passa necessariamente pela construção de um novo modelo da administração pĂșblica, sem o qual isso não serĂĄ possĂvel", acrescentou.
Reserva em concursos pĂșblicos
A ministra da Gestão e Inovação em Serviços PĂșblicos, Esther Dweck, informou que estĂĄ em andamento a construção de minuta para nova lei de reserva nos concursos pĂșblicos. A lei atual, a 12.990/2014, perde a validade no próximo ano, após dez anos de vigĂȘncia.
"Estamos vendo o que pode ser melhorado em relação ao projeto anterior, ver as brechas, entender por que em algumas ĂĄreas é mais difĂcil o preenchimento das cotas. Não serĂĄ simplesmente replicar o que jĂĄ foi feito. Estamos em um processo para apresentar um projeto que seja debatido com a sociedade, seja defendido pela sociedade e tenha pouca dificuldade de aprovação no Congresso", afirmou.
AgĂȘncia Brasil