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Representatividade: protagonistas negros e trans são destaques do fim de semana no Festival de Curitiba; veja programação

Por Da Redação

02/04/2023 às 13:50:26 - Atualizado há
Prot{agô}nistas – O Movimento Negro no Picadeiro e Brenda Lee estão na Mostra Lucia Camargo - a principal vitrine do evento. Espetáculo Prot{agô}nistas

Sérgio Fernandes

Buscar maior representatividade racial e de gênero foi um dos critérios que norteou o trabalho da atual curadoria do Festival de Curitiba. A 31ª edição do evento é marcada pela diversidade e pluralidade.

Neste fim de semana a programação traz dois espetáculos importantes neste aspecto:

Prot{agô}nistas – O Movimento Negro no Picadeiro

Dias: 1º de abril (20h30) e 02 de abril (19h)

Local: Guairinha (Rua Xv de Novembro, 971 – Centro)

Classificação: Livre

Duração: 80 minutos

Brenda Lee e o Palácio das Princesas

Dias: 02 de abril (19h) e 03 de abril (20h30)

Local: Teatro José Maria Santos (Rua Treze de Maio, 655 – Centro)

Classificação: 14 anos

Duração: 70 minutos

Edição histórica

"Prot{agô}nistas – O Movimento Negro no Picadeiro" é um espetáculo contemporâneo de circo, com música ao vivo, realizado por um coletivo de artistas e técnicos negros, ao todo 25. O grupo enaltece a negritude trazendo para o palco a estética afro diaspórica futurista .

Em cena, o público é surpreendido com uma mistura de circo e dança, acrobacia com hip hop, capoeira, tecido acrobático, palhaçaria, trapézio, contorcionismo, perna-de-pau, ao som de músicas autorais e direção de Ricardo Rodrigues.

“Quando a cortina abre e o público se depara com um elenco totalmente negro com suas variantes de cores, se emociona e cria-se uma grande expectativa”, conta o diretor.

Peça mistura as mais diversas linguagens artísticas

Sérgio Fernandes

>> Confira a programação completa do Festival de Curitiba

O projeto nasceu em 2019, no Festival de Circo em São Paulo, justamente por perceberem a falta de protagonismo negro no circo contemporâneo.

“É um prazer fazer parte desta edição histórica do festival aberta à pluralidade. Estamos ansiosos para encontrar a classe artística nacional e internacional, mas principalmente as comunidades pretas do Paraná que fazem e apreciam arte. Será um encontro potente, uma celebração”, celebra o diretor.

Anjo da guarda das travestis

O musical "Brenda Lee e o Palácio das Princesas", do Núcleo Experimental, traz em cena seis atrizes transvestigêneres: Verónica Valenttino, vencedora este do Prêmio Shell como Atriz; Olivia Lopes; Marina Mathey; Tyller Antunes; Rafa Bebiano; Leona Jhovs, e um ator cisgênero Fabio Redkowicz.

O espetáculo conta a história da travesti Caetana, também conhecida como Brenda Lee, que se tornou um marco na luta por direitos LGBTQIA+.

Nascida em Pernambuco, em 1948, Brenda Lee foi uma militante transexual, conhecida como o "anjo da guarda das travestis" e que fundou a primeira casa para pessoas com HIV/Aids do Brasil.

Brenda Lee: conhecida como anjo da guarda das travestis

Laerte Kessimos

O trabalho também aborda a luta das travestis nas ruas de São Paulo e a escassez de oportunidades que as arremessa à prostituição.

“Fico muito honrada em emprestar meu corpo, minha arte para resgate da memória dessa travesti que fez tanto por essa nação e que a maioria dos brasileiros héteros-cis-normativos não a conhece, porque nos silenciam o tempo todo. É mais que justo, é urgente essa homenagem”, diz a atriz Verónica Valenttino que interpreta Brenda Lee.

A casa, que acolhia travestis portadoras do vírus HIV numa época em que quase nada se sabia sobre a epidemia, ficou conhecida como Palácio das Princesas e firmou convênios com a Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo e com o Hospital Emílio Ribas.

A parceria levou ao aprimoramento da forma de atender pacientes soropositivos, independentemente de gênero, sexo, orientação sexual e etnia.

“Brenda Lee só revela a humanidade que temos, o amor, o acolhimento vindo desses corpos que são marginalizados e exterminados nesse país que segue sendo o que mais mata corpos como o meu”, afirma a atriz.

Sobre a recente premiação do prêmio Shell, Verónica lamenta ser a primeira travesti a ser contemplada.

“Me sinto totalmente honrada por esse reconhecimento, isso é muito importante para um corpo como o meu. Fico muito feliz em fazer história, ainda que tardiamente, pois muitas já passaram pelos nossos olhos, mas só agora estão chegando nesses lugares de acesso. Que bom que novos tempos estão chegando”, comemora.

Atriz vencedora do Prêmio Shell interpreta a protagonista Brenda Lee

Laerte Kessimos

Serviço:

O que: 31º Festival de Curitiba

Quando: De 27/03 a 09/04 de 2023

Valores: Os ingressos vão de R$ 0,00 até R$80,00 (mais taxas administrativas).

Ingressos: www.festivaldecuritiba.com.br e na bilheteria física exclusiva do Shopping Mueller (piso L3), de segunda-feira a sábado, das 10h às 22h; domingos e feriados, das 14h às 20h.

Antes de comprar verifique a classificação indicativa e orientações de cada espetáculo.

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Fonte: G1
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