A juĂza Gabriela Hardt, substituta na 9.ÂȘ Vara Federal Criminal de Curitiba, rejeitou nesta quarta, 29, pedido do Ministério PĂșblico Federal (MPF) para arquivar a investigação sobre o plano de atentado contra o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) na esfera federal. A magistrada negou ainda a transferĂȘncia do caso para a Justiça comum de São Paulo.
O Primeiro Comando da Capital (PCC) arquitetou o sequestro do senador. O crime só não foi colocado em prĂĄtica porque um ex-integrante da facção delatou o plano a autoridades. A investigação começou a partir de informações do Ministério PĂșblico de São Paulo. O requerimento de arquivamento e transferĂȘncia de parte das investigações do caso foi feito pelo procurador da RepĂșblica José Soares.
Para o procurador, entre os crimes listados até o momento, apenas o de extorsão mediante sequestro, que não chegou a ser executado, é processado na Justiça Federal. O raciocĂnio foi que, se o Ășnico crime federal não foi "tentado", também não poderia ser punido, e, por isso, não faria sentido manter o inquérito em Curitiba.
A PolĂcia Federal foi contra a transferĂȘncia do caso para São Paulo. O inquérito foi aberto em Curitiba porque é onde o senador e a famĂlia moram e porque os criminosos chegaram a alugar imóveis no ParanĂĄ para usar como bases operacionais do plano.
Prematuro
Gabriela disse que o debate iniciado pelo MPF é "prematuro", porque a investigação ainda estĂĄ em curso. Na avaliação da juĂza, novos crimes federais podem ser descortinados com o avanço do inquérito. Ela citou como exemplo as ações planejadas pelo PCC em Campo Grande e em Porto Velho - duas cidades que abrigam presĂdios federais.
"A operação policial foi deflagrada hĂĄ menos de uma semana, de modo que as lacunas porventura existentes poderão ser esclarecidas pelos elementos de informações que jĂĄ foram e também por aqueles que ainda serão colhidos (como a oitiva dos investigados)", diz um trecho da decisão.