G1
Presidente Lula falou em 'armação', e Moro rebateu: 'Não tem decĂȘncia?'. Para o presidente do Senado, planos contra Moro são 'agressão' à Casa. A operação da PolĂcia Federal que prendeu, na quarta-feira (22), nove suspeitos de planejar ataques contra o senador Sergio Moro (União-PR) e outras autoridades gerou forte repercussão entre polĂticos e representantes do governo. Nesta quinta (23), o tema continuava sendo um dos principais assuntos no Congresso e no PalĂĄcio do Planalto. Também nesta quinta, a juĂza responsĂĄvel pelo caso, Gabriela Hardt, da 9ÂȘ Vara Federal de Curitiba, retirou o sigilo sobre a decisão que autorizou as prisões e sobre as investigações. Os documentos sobre a investigação mostram que os suspeitos tinham códigos para se referir a Moro e a um eventual sequestro; monitoraram o local em que ele iria votar nas eleições e tinham acesso a sistemas virtuais de segurança pĂșblica. Veja o que disseram polĂticos e autoridades:Lula, presidente da RepĂșblica"Eu não vou falar, porque eu acho que é mais uma armação do Moro. Mas eu quero ser cauteloso, eu vou descobrir o que aconteceu. É visĂvel que é uma armação do Moro. Mas eu vou pesquisar, eu vou saber o porquĂȘ da sentença", disse o presidente.Sergio Moro, senadorMoro rebateu o presidente:"Eu vejo hoje um presidente dando risada de uma famĂlia ameaçada pelo crime organizado, sugerindo que o próprio ministro da Justiça do seu governo que informou que o plano para o meu sequestro seria uma armação. Então quero perguntar: O senhor não tem decĂȘncia?"FlĂĄvio Dino, ministro da JustiçaO ministro criticou tentativas de vincular as ameaças contra Moro a disputas polĂticas e ideológicas:"Eu fico espantado com o nĂvel de mau-caratismo de quem tenta politizar uma investigação séria, tão séria que foi feita em defesa da vida e da integridade de um senador de oposição ao nosso governo."Rodrigo Pacheco, presidente do Senado"É um acontecimento que extrapola os limites da sua esfera pessoal e da sua famĂlia. É um atentado à instituição Senado Federal. Tomamos todos nós, senador Sergio Moro, como uma agressão ao Senado Federal", disse Pacheco. Andrei Rodrigues, diretor-geral da PolĂcia Federal"Realizamos uma operação importante em razão de ameaças graves, gravĂssimas eu diria, de vĂĄrias autoridades pĂșblicas seguindo exatamente isso, sem olhar para qual partido, para qual ideologia, para qual governo, para qual situação essas pessoas estão. Simplesmente cumprindo o nosso dever constitucional e legal."Jaques Wagner, lĂder do governo no SenadoPrimeiramente, externar minha solidariedade pelas ameaças que [Moro] vinha sofrendo. Quero parabenizar a postura da PF e do Ministério da Justiça que, sem olhar coloração, como é obrigação do Estado democrĂĄtico de direito, fez o seu trabalho. Pelo que me consta, em 45 dias conseguiu desbaratar a quadrilha, evitando o mal maior."