Michelle Bolsonaro assumiu ontem(21) o posto de presidente do PL Mulher em uma cerimônia marcada por mais falas de políticos homens do que de mulheres.
O evento foi iniciado com a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de maneira remota. Ele está nos Estados Unidos desde dezembro do ano passado.
Foram cinco discursos de homens e apenas dois de mulheres.
Além de Bolsonaro, discursaram antes de Michelle quatro homens: o presidente da sigla, Valdemar Costa Neto; o líder do PL na Câmara, Altineu Cortes (RJ); o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello; e o senador Magno Malta (ES).
Mello disse que "não tem dúvidas" de que Michelle vai trazer mais mulheres ao partido. "Precisamos aumentar essa chorumela, de que sempre falta mulher para disputar, que é um sacrífico." A fala de Jorginho faz referência à cota feminina mínima, estipulada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Além de Michelle, a única mulher a discursar no início do evento foi a deputada federal Soraya Santos (RJ). Depois ocorreram painéis temáticos apenas com mulheres.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (SP) resgatou o caso de transfobia protagonizado pelo deputado Nikolas Ferreira (MG). Quando o colega subiu ao palco, o filho de Bolsonaro disse:
"Deputado Nikolas agora vai definir o que é uma mulher".
Michelle disse querer percorrer "cada município e cada estado" para discutir a necessidade da mulher.
Ela defendeu que as mulheres não devam escolher entre seguir uma carreira ou dar atenção à família. Em seu discurso, pediu por uma maior participação feminina na política.
A ex-primeira-dama prestou homenagens a políticos, representantes da igreja e da comunidade surda.
Michelle encerrou o discurso com "Deus, pátria, família e liberdade", slogan utilizado pelo seu marido, Jair Bolsonaro.
"Nós já provamos que nós conseguimos conciliar nossas agendas de mãe e profissional e vamos trabalhar juntas para que nosso desenvolvimento seja pleno", disse Michelle Bolsonaro.