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Varíola dos macacos: Saúde vai começar a vacinar dia 13; veja os grupos elegíveis

Por Nosso Dia

08/03/2023 às 15:05:09 - Atualizado hĂĄ

Com 46 mil doses à disposição do Programa Nacional de Imunizações, o Ministério da SaĂșde se prepara para dar o pontapé inicial da campanha de vacinação contra a mpox (varĂ­ola dos macacos). A aplicação do imunizante começa na próxima segunda-feira, 13, conforme informou a Secretaria de Vigilância em SaĂșde e Ambiente, Ethel Maciel, ao Estadão.

A reportagem também teve acesso ao informe técnico enviado a Estados e MunicĂ­pios. Segundo o documento, para a vacinação pré-exposição, estarão elegĂ­veis pessoas que vivem com HIV/Aids que tenham "contagem de linfócitos T CD4 inferior a 200 células", e profissionais que trabalham diretamente com orthopoxvĂ­rus em laboratórios. Para a pós-exposição, entram mo grupo contatos de pacientes com suspeita ou confirmação da doença, classificados como exposição de risco alto ou médio.

Considerando que não hĂĄ mais disponibilidade de imunizante no mercado (o ministério havia comprado 49 mil, mas só recebeu 46 mil, conforme o documento), a estratégia de vacinação segue enquanto durarem os estoques.

A primeira remessa de imunizantes, com 9,8 mil unidades, foi recebida pelo Brasil ainda em outubro. Por unanimidade, a AgĂȘncia Nacional de Vigilância SanitĂĄria (Anvisa) havia aprovado a utilização das vacinas Jynneos/Imvanex ainda em agosto, prorrogando a dispensa de registro por mais seis meses em fevereiro deste ano.

O documento também traz o desenho epidemiológico do surto no PaĂ­s até a semana 7 de 2023 (12/2/2023 a 18/2/2023). No total, houve notificação de 50.803 casos suspeitos para mpox: 10.301 (20,3%) foram confirmados; 339 (0,7%) classificados como provĂĄveis; 3.665 (7,2%), suspeitos e 36.498 (71,8%), descartados No perĂ­odo, foram registradas 15 mortes.

A curva de casos mostra um crescimento a partir de julho e pico em agosto. Depois, a partir de setembro, tendĂȘncia de queda, embora casos sigam sendo notificados. Essa persistĂȘncia, segundo o documento, é o que justifica a necessidade da campanha e o foco em pacientes com potencial de agravamento do caso.

"Considerando o panorama epidemiológico da infecção por mpox, com persistĂȘncia de casos confirmados no território brasileiro e, apesar de tendĂȘncia decrescente no mundo inteiro, a frequĂȘncia de óbitos e a ocorrĂȘncia de morbimortalidade são maiores entre as pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA), em especial naquelas com status imunológico de contagem de linfócitos T CD4 inferior a 200 células", diz o documento.

"Felizmente o cenĂĄrio epidemiológico é de declĂ­nio", afirma Ethel. "Como o vĂ­rus ainda estĂĄ circulando -não hĂĄ eliminação, mas controle - é importante vacinarmos para maior proteção dos mais vulnerĂĄveis ao desenvolvimento de quadros clĂ­nicos mais graves ou mais expostos ao vĂ­rus."

Questionada sobre o porquĂȘ de a vacinação começar só agora, Ethel disse que "recebemos (o governo) com as doses sem uso e pedimos à Anvisa autorização para utilizar as vacinas".

O Estadão buscou também o Ministério da SaĂșde, por meio de sua assessoria de imprensa, que confirmou que a campanha começa em março, mas não falou na data de inĂ­cio. A pasta destacou que a estratégia e o pĂșblico prioritĂĄrio para vacinação foram acordados com Estados e municĂ­pios.

À reportagem, o ex-ministro da SaĂșde Marcelo Queiroga disse que a "Anvisa concedeu o registro das vacinas em carĂĄter excepcional e vinculado a realização de monitoramento", e que "a ĂĄrea técnica recomendou que fosse realizada uma pesquisa sobre a responsabilidade de pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz".

"Até o final da gestão, a Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa) não havia aprovado o protocolo da pesquisa", disse Queiroga. "Segundo fui informado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) apresentado pelos pesquisadores não tinha sido aceito pela Conep".

Vacina e campanha

Inicialmente, a pasta vai repassar para as unidades federativas só o quantitativo suficiente para vacinar 50% da população-alvo da vacinação pré-exposição. "O envio de mais doses dependerĂĄ do andamento da vacinação e, a depender da demanda local, as UF deverão solicitar ao Ministério da SaĂșde os envios de remessas adicionais", diz o documento.

"SerĂĄ mantido um estoque estratégico no nĂ­vel estadual e no nĂ­vel central visando a redistribuição frente a evolução do cenĂĄrio epidemiológico e ocorrĂȘncia de novos casos", completa. A estimativa da SaĂșde é que hajam pouco mais de 16,3 mil pessoas com HIV/aids elegĂ­veis no PaĂ­s, de acordo com dados do sistema pĂșblico de saĂșde dos Ășltimos seis meses do ano passado.

A vacina a ser utilizada é a Jynneos que, segundo a pasta, é uma "vacina viva". "Produzida a partir da cepa Vaccinia Ankara-Bavarian Nordic (MVA-BN) modificada, um OrthopoxvĂ­rus atenuado e não replicante contra varĂ­ola e varĂ­ola de macaco, que induz respostas imunes humorais e celulares aos OrthopoxvĂ­rus."

O esquema de vacinação é de duas doses ( com 0,5 ml cada), com quatro semanas de intervalo (28 dias). Ela é indicada para uso em adultos com idade igual ou superior a 18 anos.

Grupos elegĂ­veis para vacinação pré-exposição

1 - Pessoas vivendo com HIV/aids: homens cisgĂȘneros, travestis e mulheres transexuais; com idade igual ou superior a 18 anos; e com status imunológico identificado pela contagem de linfócitos T CD4 inferior a 200 células nos Ășltimos seis meses.

2 - Profissionais de laboratório que trabalham diretamente com OrthopoxvĂ­rus

em laboratórios com nĂ­vel de biossegurança 3 (NB-3), de 18 a 49 anos de idade.

Grupos elegĂ­veis para vacinação pós-exposição

1 - Pessoas que tiveram contato direto com fluidos e secreções corporais de pessoas suspeitas, provĂĄveis ou confirmadas para mpox, cuja exposição seja classificada como de alto (exposição direta da pele ou membranas mucosas à pele ou secreções respiratórias) ou médio (sem contato direto, mas próximo na mesma sala ou espaço fĂ­sico interno) risco.

Fonte: Nosso Dia
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