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Estátua de "Hércules" é descoberta durante reforma em esgoto de Roma

Peça em tamanho real foi encontrada em um poço de 20 metros de profundidade e retrata imperador romano fazendo referência ao semideus da mitologia

Por Redação Galileu

02/02/2023 às 18:03:50 - Atualizado há
Imagem: Parco Archeologico dell'Appia Antica/Reprodução

Durante uma complexa obra para reforma e recuperação de um duto de esgoto no Parco Scott, uma área verde integrante do Parque Arqueológico de Appia Antica, na Itália, encontrou-se uma estátua de mármore em tamanho real. Apesar de carecer de dados estratigráficos úteis para sua datação, a peça está intacta o suficiente para se verificar as características que compõem a representação da figura, como, por exemplo, elementos de seu rosto e uma pele de leão que cobre sua cabeça.

Segundo os arqueólogos que estudam o achado a partir de comparações iconográficas, é possível que o personagem retratado seja o imperador Caio Messius Quintus Traianus Decius, mais conhecido como Décio Trajano. A equipe aponta, em comunicado, que o rosto, ainda que corroído, partilha as "rugas de ansiedade" dos retratos oficiais do romano, além de traços característicos no tratamento da barba rala e na morfologia de olhos, nariz e lábios.


O comandante de Roma entre 249 e 251 d.C. teria sido representado nessa estátua com a pele de leão para fazer alusão ao semideus Hércules. Na mitologia greco-romana, o herói inicia uma jornada de 12 árduos trabalhos como penitência por ter assassinado sua mulher e filhos, que ele cometeu sob um episódio de loucura provocado pela deusa Juno, esposa de seu pai, Júpiter — equivalentes aos deuses gregos Hera e Zeus, respectivamente.


Logo o primeiro, foi enfrentar o Leão de Nemeia, um animal gigantesco, considerado invulnerável por seu couro impenetrável às armas mundanas. Depois de vencer a besta, estrangulando-a com sua força sobre-humana, Hércules extraiu o seu couro com as próprias garras do animal. A partir desse momento, ele passou a usar a pele como manto protetor e a cabeça do leão como elmo.


Esses símbolos foram reproduzidos diversas vezes em esculturas, vasos e pinturas associados às figuras de poder dentro de Roma. Os imperadores Cômodo e Maximiano, por exemplo, frequentemente se identificavam com Hércules e o veneravam em cultos.


A estátua não estava em seu local de origem e foi encontrada em um poço a 20 metros de profundidade. Em declaração à imprensa, a arqueóloga Jane Draycott brinca que foi "uma surpresa agradável em meio ao esgoto". A peça está guardada em um depósito do Parque, onde estão sendo feitas as primeiras operações de limpeza para a restauração da obra.

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Jornalista Luciana Pombo

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