Amigos e familiares de Kelvin Henrique Machado, de 27 anos, fizeram um ato para pedir à Justiça para que a morte dele não passe impune. O rapaz, que trabalhava em dois empregos, morreu após um acidente no final da noite de sábado (28), no bairro Xaxim, em Curitiba. O motorista, segundo a família, teria furado a preferencial no cruzamento das ruas José Maria Pinheiro Lima e Inácio José de Alvarenga Peixoto.
Kelvin tinha uma filha de dois anos e era casado com Gleicy Portes. A esposa contou que, no dia do acidente, o casal teve um dia diferente.
"A gente viveu o dia perfeito: ele foi trabalhar no outro serviço, chegou, tomamos um café fora, depois fomos a uma loja comprar algumas coisas e depois fomos ao mercado. Nossa afilhada estava lá, ele ia chegar, a gente ia fazer x-salada para comer, ele ia jogar videogame com as crianças e no outro dia íamos para a igreja".
disse Gleicy Portes, a esposa de Kelvin
Kelvin não chegou. Foi aí que Gleicy recebeu a ligação sobre o acidente e foi para o hospital.
"Fiquei esperando um monte, mas os médicos chegaram e disseram que não tinha o que fazer. Ele lutou muito. A gente tinha uma conexão muito forte, então ele me honrou até o último. Ele esperou eu chegar, entrar lá e falar "vai com Deus, porque eu sei que você vai estar com ele". 20 minutos depois, o neurologista chegou e falou que não tinha o que fazer: teve traumatismo encefálico, craniano, tórax, clavícula, tudo estourado, não tinha o que fazer".
contou Gleicy Portes, a esposa de Kelvin
Segundo Gleicy, o motociclista era um rapaz muito querido por todos os amigos e familiares. Estava sempre disposto a ajudar e era um excelente marido.
Divanir Maria da Cruz, a mãe de Kelvin comentou que, a única coisa que ela quer, é que a morte do filho não passe impune.
"Porque senão vai ser só mais um que não vão fazer nada. É um pai de família, estava em dois serviços para dar o sustento para a família dele. Não queria deixar faltar nada em casa. Vamos fazer Justiça, vamos honrar ele. Ele foi herói. Hoje em dia é difícil um rapaz novo, 27 anos, trabalhando, suando em dois serviços, para dar o sustento da filha".
desabafou Divanir Maria da Cruz, a mãe de Kelvin
Sobre o acidente, a mãe esperava apenas que o motorista fosse prudente. Isso porque a família acredita que o condutor do Focus estaria alcoolizado.
"Vem um cara que falam que estava bêbado. Se estava bêbado eu não sei, mas se estivesse bêbado, porque não pegou um Uber? A família está sofrendo, só queremos que ele pague pelo que fez, tirou uma vida, tem que pagar".
comentou Divanir Maria da Cruz, a mãe de Kelvin
Em nota, a Polícia Civil disse que instaurou um inquérito policial para apurar o acidente e está realizando diligências para estabelecer a dinâmica. Oitivas serão realizadas nos próximos dias a fim de elucidar o fato.