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De Paul carrega o piano para a Argentina chegar ao título da Copa do Mundo

Por Da Redação

17/12/2022 às 16:41:16 - Atualizado há


Pode parecer um dado banal porque, à exceção da primeira final Conmebol-Uefa, quando a seleção sul-americana bateu a Itália por 3 a 0, todos os outros jogos não valiam três pontos. Eram testes.


Para dirigentes da AFA (Associação de Futebol Argentina) e pessoas próximas à seleção argentina, era um recado dado por Lionel Scaloni ao seu jogador.
O técnico contava (e muito) com a capacidade incansável do volante do Atlético de Madrid de correr em campo e se desdobrar pela causa. Mas estava preocupado com a sua queda de rendimento e os problemas fora de campo.


No início deste ano, o próprio presidente da AFA, Claudio "Chiqui" Tapia, levantou a possibilidade de De Paul perder a Copa do Mundo por causa de um processo judicial.


"Para ir ao Qatar, o que não pode ter é uma denúncia penal com condenação pendente, um tema de gênero ou algo similar", disse o cartola, em entrevista para a rádio Urbana Play, de Buenos Aires.
De Paul estava no meio de um processo de divisão de bens e pagamento de pensão alimentícia aberto por sua ex-mulher Camila Homs, enquanto já namorava a cantora Tini Stoessel. Ele depois foi fotografado saindo de boates antes de partidas, e isso não pegou bem com a comissão técnica.


Scaloni nunca tocou no assunto, mas não ter De Paul, apesar de sua inconstância técnica, seria uma perda sentida. Isso porque ele faz um papel de carregar o piano por 90 minutos para que Lionel Messi possa se deslocar em campo por onde quer. Um dos motivos pelos quais a Argentina vai decidir o título mundial neste domingo (18), contra a França, às 12h (de Brasília).


"Rodrigo desempenha uma função que é difícil encontrar outro jogador que a faça hoje em dia", definiu Scaloni antes da viagem para o Qatar.


Em todas as partidas da Argentina até agora no Qatar, foi ele quem mais correu. Em média, são 12 quilômetros por jogo. Na estreia, contra a Arábia Saudita, teve desempenho ruim que acabou em derrota. Quando melhorou, a partir do confronto com o México, o time cresceu junto. Embora o mérito maior seja de Lionel Messi, claro.


Na fase de grupos, De Paul foi o jogador que mais tentou passes na seleção (384), com 88% de acerto e foi o terceiro que mais recuperou bolas (21). Mais importante do que isso, é o principal elo para fazer a bola chegar a Messi e também quem mais recebe passes do camisa 10.
Rodrigo De Paul é um dos símbolos da era Scaloni e a imagem da renovação pela qual passou a Argentina a partir do fracasso do grupo de Jorge Sampaoli no Mundial da Rússia, em 2018.


No ano seguinte, o volante recebeu a primeira convocação. E, para ele, ocupar a função em que outros falharam no passado, a de "sócio de Messi na seleção", é papel que assume com gosto.


"Sempre quis ter um trabalho importante nas equipes, nunca fui desses de passar despercebido. Mas na seleção temos um líder que é muito grande, uma figura muito importante, alguém que, além de jogar como joga, com a palavra já simplifica tudo", afirmou.


Ele foi responsável também pela única contrariedade de Scaloni com a imprensa do seu país durante o Mundial. Alguns sites e jornais publicaram que, por causa de uma lesão muscular, o jogador não apenas ficaria fora das quartas de final contra a Holanda como não atuaria mais nesta Copa do Mundo.


"Não sei de onde saem essas coisas. O treino foi fechado, e Rodrigo participou dele. Vamos ver se vai jogar ou não", desafiou o técnico.
De Paul começou como titular e foi substituído aos 21 minutos do segundo tempo. Não há nenhuma indicação do técnico de que o meia não será escalado para a final deste domingo.

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Jornalista Luciana Pombo

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